PEQUENAS TRANSGRESSÕES
Maurício Rodrigues*
Nos corredores infinitos
Da solidão,
Ouso realizar
Pequenas transgressões.
Sempre obedeço, cegamente,
Essa minha ousadia
Como se ela fosse
A última tábua de salvação.
Trago o futuro imaginado,
Para o presente doído,
Preenchendo-o de coisas reais,
Parecendo não acabar mais.
Digo amém aos inimigos,
Pra ver se salvo minha alma.
Aos amigos, desejo-os perto,
Nesta e em outras vidas.
Outras transgressões mais?
Costumo ouvir a noite,
Falar com o meu silêncio,
E, encontrar grandes soluções.
Andar por cima das águas.
Pegar a linha do horizonte,
Com as próprias mãos, sentindo
Ser o mais poderoso dos homens.
Pequenas transgressões,
Não fazem mal a ninguém,
Porém, satisfaz o espírito,
Em seguidas reclamações.
[Ilustração: Luiz Paulo Baravelli]
*médico cardiologista, poeta
Nenhum comentário:
Postar um comentário