Sob observação neoliberal
Luciano Siqueira
Não cabe citar nomes para não constranger ninguém, individualmente.
Mas, aqui e acolá,
vaza na imprensa a atenção dedicada por refinados quadros do neoliberalismo a
candidatos e candidatas que praticamente estreiam em disputas para as
prefeituras de cidades grandes e médias.
A intenção é renovar
um elenco de líderes enquadrados na cartilha liberal em termos
atualizados.
Parece um detalhe
apenas, mas não é.
Trata-se da necessidade
do sistema ter novos porta-vozes capazes de amainar uma contradição essencial:
o esgotamento do cardápio de concessões que o capitalismo dos nossos dias já
não tem mais disponível para amainar contradições sociais.
A ultra concentração
da produção, da renda e da riqueza e a exclusão crescente de milhões de
trabalhadores sem perspectiva funciona como caldo de cultura agora do ciclo ascendente
da extrema direita neofascista mundo afora; e adiante, no desdobramento, de
provável novo ciclo de transformações revolucionárias.
Vale prestar atenção.
E avaliar atentamente o discurso de um elenco de novos líderes de feição aparentemente
progressista, mas de essência liberal.
Um comentário:
Os progressistas têm o dever de formar novos líderes com essência e histórico alinhados à esquerda, com consciência social, mais Estado e menos privatizações, que nos oprimem e retiram direitos de forma sutil, como uma brisa da manhã. Desde a infância, deveríamos ser ensinados sobre a consciência de classe, especialmente a da classe média, que muitas vezes confunde viver em condições dignas com a posse de alguns privilégios, alimentando a ilusão de que se aproximam dos latifundiários deste país.
Fragaelen
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