Intolerável vício de linguagem
Luciano Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Repórteres de rádio e TV e também de outras mídias são pródigos em vídeos de linguagem que prejudicam a beleza de nossa língua portuguesa brasileira.
No meio de uma frase "aí" entra como expressão absolutamente intrusa e desnecessária por não caber no que está sendo aqui - nem como advérbio de lugar, nem de tempo e muito menos como conjunção ou interjeição.
Entra como intrusa, repito: "o ator fulano de tal foi convidado para o elenco "aí..." da nova encenação da peça "aí..." Os Fuzis da Senhora Carrar, de Bertolt Brecht".
Outro vídeo deplorável é a repetição da expressão "né", muitas vezes no curso de uma mesma frase!
Ora, "né" é uma gíria comum usada para expressar concordância, confirmação ou questionamento de modo informal.
É possível dizer "você vai ao show do Ney Matogrosso hoje, né?", porém é absurdamente irritante contaminar a boa linguagem intercalando "né?" onde não cabe: "uma equipe do Corpo de Bombeiros "né" chegou a tempo de atrasar o incêndio".
Pior. Outro dia comentou com um amigo que esses vícios de linguagem me pareciam próprios de repórteres inexperientes quando vimos a TV âncora de noticiário na TV entrar com essa: "o presidente Lula em pronunciamento na Cúpula do Chile defendeu "né" o multilateralismo. Nosso repórter tem mais informações "aí" sobre o discurso do presidente.”
Em seguida o tal repórter sapecou: "Aqui em Santiago "né" o presidente afirmou..."
Machado de Assis já dizia, pela voz do personagem de “Dom Casmurro”, que a nossa língua “ é casta para os castos, como pode ser torpe para os torpes” .
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