O futebol brasileiro melhorou
Flamengo e outras equipes mostram evolução. Não dá
mais para jogar sem intensidade, com setores muito separados dentro do campo
Tostão/Folha
de S. Paulo
A atuação do Flamengo contra o PSG confirmou a evolução do time brasileiro, com um futebol de alto nível estratégico e próximo ao do time francês, um dos grandes da Europa. O Flamengo foi uma equipe compacta, com muita pressão em todo o campo para recuperar a bola, e alternou as trocas de passes curtos com as transições rápidas da defesa para o ataque.
As outras equipes brasileiras,
aos poucos, seguem o mesmo caminho, como vimos na recente Copa do Mundo de
Clubes, com as participações de Flamengo, Palmeiras e Fluminense, e também no
Brasileirão, especialmente Cruzeiro e Mirassol. Não dá mais para jogar sem
intensidade, com setores muito separados nem assistir ao adversário receber a
bola livre. Existe ainda um excesso de bolas longas para o ataque, e os
zagueiros, fora os do Flamengo, continuam muito atrás, colados à grande área.
Faltou ao Flamengo contra o PSG
mais talento individual do meio para a frente. A bola saía do meio-campo e logo
era recuperada pelo PSG. Arrascaeta e os três mais adiantados não estão
acostumados a jogar contra times que pressionam muito quem está com a bola e
têm ótimos defensores. Por isso, é preciso ter cautela quando pedem a
convocação para a seleção de jogadores que brilham nos campeonatos nacionais.
Por outro lado, o sistema
defensivo do Flamengo, com quatro ótimos defensores e mais um quarteto no
meio-campo formado pelos dois volantes e um jogador de cada lado que voltava
para marcar, foi novamente bastante eficiente. O PSG, com um excelente trio no
meio-campo, teve mais o domínio da bola, mas criou poucas chances de gol.
No mesmo dia de Flamengo x PSG,
vimos Corinthians x Vasco pela Copa do Brasil, e ficaram evidentes as
diferenças técnicas dos dois jogos. O Vasco teve atuação melhor no empate por 0 a 0.
Faltaram às duas equipes o brilho de seus melhores atacantes, Coutinho e Rayan
pelo Vasco, Memphis e Garro pelo Corinthians.
Neste domingo (21), os dois times, no Maracanã, decidem o título. Não há favorito. Independentemente das atuações e do resultado, o dinizismo não existe mais. O Vasco deixou de ser uma equipe com algumas marcantes ações que se repetiam para ser um time mais moderno, plural, com mais variações coletivas, uma evolução do treinador Fernando Diniz.
*
Tite no Cruzeiro
O Cruzeiro
fez uma boa contratação, o que não significa certeza de que a equipe
será um grande sucesso, pois vai depender de muitos detalhes. Além do mais,
Leonardo Jardim fez um ótimo trabalho, e os torcedores esperam algo melhor.
Tite desperta
opiniões e sentimentos contrários. Há os que têm grande admiração pela pessoa e
pelo treinador, devido a seus conhecimentos, seriedade profissional e
racionalidade e por várias campanhas vitoriosas anteriores no comando de
equipes brasileiras. Pensam que as eliminações da seleção nas duas últimas
Copas do Mundo deram mais experiência ao treinador. Outros acham Tite muito
professoral, pastoral, teórico, pouco eficiente e apontam que ele teve uma
grande parcela de culpa nas derrotas nos dois Mundiais.
Um grande
treinador, além de ter conhecimento técnico e tático e saber comandar bem um
grupo, precisa ser capaz de, durante as partidas, perceber o inesperado e,
rapidamente, tomar decisões que não estavam programadas, ensaiadas. Não é
fácil. É para poucos.
[Qual a
sua opinião?]
Leia também: A estratégia e a improvisação no futebol https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/07/futebol-tecnica-e-talento.html

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