Luciano Siqueira
O tema é frequente no noticiário. Ontem, mais uma vez,
notícia veiculada numa emissora de rádio dava conta dos chamados “malefícios”
da internet – no caso, o infortúnio de um casal de anciãos vítima de chantagem
através do Facebook. “As redes sociais fazem muito mal às pessoas”, vaticinou o
delegado encarregado do caso.
Nada mais equivocado. A internet faz tanto mal hoje como o
fizeram (sic) o telégrafo sem fio, o próprio rádio, a TV e assim por diante. As
novas tecnologias, ao longo do tempo, sempre serviram para o bem ou para o mal,
conforme o uso que se faça. A verdade elementar há quem teime em negar – por
puro preconceito, creio.
No meu caso só tenho que saudar o advento da grande rede.
Basta comparar o que ocorria quando exerci o mandato de deputado estadual pela
primeira vez – nos anos oitenta do século passado – e o que ocorre agora, no
atual mandato, em matéria de comunicação.
Àquela época, ia à tribuna da Assembleia Legislativa com cópias em carbono do resumo do discurso que iria proferir, para distribuir com as taquígrafas e com a imprensa. Embora falasse, como falo até hoje, de improviso, o dito resumo ajudava tanto a transcrição do meu pronunciamento, como a eventual nota na mídia. Dois ou três dias após o texto do meu pronunciamento era publicado no Diário do Poder Legislativo, de onde providenciava cópias xerográficas a serem enviadas pelos Correios para parcela do público alvo, via mala direta. Verdadeiro artesanato.
Hoje, logo que termino de me pronunciar, já existe o
registro em vídeo e áudio; logo o registro é visto no portal da Assembleia
Legislativa e não demora que a notícia passa a ser veiculada no site do meu
mandato, www.lucianosiqueira.com.br,
a cargo da assessoria de comunicação. Daí para links no Twitter e no Facebook é
questão de minuto. Incontinenti um público considerável tem acesso àquela informação.
Em tempo real.
Tenho, pois, motivos de sobra para considerar a tecnologia
da informação a oitava maravilha da Humanidade.
Isto porque sou, assumidamente, dentre os detentores de
mandato eletivo um dos que mais se comunicam com o público. Em contato direto
nas inúmeras atividades de que participo, por e-mail e, sobretudo, pelas redes
sociais Twitter e Facebook. Agora mesmo na recém-finda campanha eleitoral,
travei rico debate acerca das muitas questões polêmicas que envolveram o pleito
no Recife, a partir mesmo do surgimento de duas candidaturas oriundas do campo
da Frente Popular, incluindo o distanciamento momentâneo entre o PCdoB e o PT.
Recebi mensagens de diversos teores, muitas até em tom
agressivo. Dei-me ao prazeroso trabalho de responder mensagem por mensagem, em
tom respeitoso e fraterno, expondo meu ponto de vista. Alguns não convenci; a
maioria – com certeza – pude atrair para a posição que o PCdoB assumiu,
notadamente parcela que considero expressiva de militantes que se diziam
filiados ao PT e que, diante de argumentos convincentes, optaram por votar em
nossa chapa.
Passado o pleito, cá me vejo prosseguindo o diálogo com
internautas – agora tendo como centro questões relativas ao novo quadro
político pós-eleitoral e os desafios da futura gestão no Recife. Viva a
internet!
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