O primeiro turno e
seus desafios
Luciano Siqueira, no portal Vermelho e no Blog do Renato
Registradas as candidaturas, a eleição presidencial inicia sua primeira rodada plena de desafios táticos.
Registradas as candidaturas, a eleição presidencial inicia sua primeira rodada plena de desafios táticos.
À direita, digladiam-se
frontalmente Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin — o outsider que ganhou a
dianteira e o ungido pela elite financeira que, embora tenha aglutinado aliados
e tempo de mídia, segue com sua fisionomia anódina.
Alckmin, portanto, vê-se na
necessidade de combater ao mesmo tempo no seu próprio campo e conquistar o
pódio como principal adversário da esquerda no provável segundo turno.
A bateria midiática já exerce a
sua parte, indo a detalhes na desconstrução da imagem do ex-capitão
fascistoide.
Mas o tempo de campanha é curto e
a história registra inúmeros casos de candidaturas robustas que, em situação
semelhante, não souberam dosar adequadamente ataques a adversários e a
concorrentes e naufragaram.
No outro pólo, à esquerda, Lula ou
Haddad com Manuela de vice (PT-PCdoB) e Ciro Gomes (PDT, em caminhada solo) têm
o desafio de passar ao segundo turno, ultrapassando um ao outro.
A aliança PT-PC do B, confirmada a
chapa Haddad-Manuela, tentará a todo custo reter as intenções de voto em Lula,
majoritárias em todas as pesquisas até agora. Ao mesmo tempo, terá que
enfrentar em algum grau escaramuças com Ciro, cujas possibilidades dependem
diretamente da sua capacidade de conquistar votos à esquerda e ao centro-esquerda,
diferenciando-se do PT.
Ambos têm também a tarefa de
caracterizar Bolsonaro e Alckmin como continuidade de Temer — que recebe o
repúdio explícito de quase 90 por cento do eleitorado.
Quase correndo por fora, Marina
Silva mantém a expectativa de recolher o rescaldo do enfrentamento entre os
principais candidatos. Não será fácil, envolvida que está com a agenda
ultraliberal e palidamente situada na cena política nos últimos dois anos.
Dentre os demais, Álvaro Dias e
Henrique Meirelles estão fadados a um papel coadjuvante na conjura golpista,
sem maiores chances de avançar sobre os concorrentes.
Assim como à esquerda, os
candidatos do PSOL e do PSTU apenas marcarão posição.
Aos principais contentores uma
questão se impõe: qual o alvo principal? E, em decorrência desta, quais
os alvos secundários? Como conviver com concorrentes sem queimar pontes para
uma aliança no segundo turno?
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