Entre o desejável e o possível
Luciano Siqueira, no portal Vermelho, Blog do Renato e no Blog de Jamildo/portal ne10
Lugar comum repetido à exaustão em situações complexas ou embaraçosas, sábia é a afirmação de que "a política é a arte do possível".
Celebradas as coalizões partidárias para o pleito de outubro, na maioria das situações o possível resultou longe do desejável.
Nas eleições presidenciais, tanto à direita como a esquerda registram-se chapas de um mesmo partido — Henrique Meirelles, pelo MDB e Ciro Gomes pelo PDT, por exemplo — porque se tornou inviável atrair aliados.
Caso semelhante da coligação PT-PCdoB, com a chapa Lula ou Haddad-Manuela D'Ávila, que embora competitiva (e com chances reais de ir ao segundo turno) está longe da frente ampla preconizada por muitos como absolutamente necessária desde já.
Entre o que a realidade objetiva pede e a vontade subjetiva das forças políticas em presença há uma evidente discrepância.
Afinal, o pleito será disputado por treze chapas. Certamente não há treze propostas programáticas distintas na sociedade brasileira.
Tudo a ver com o grau de amadurecimento do nosso processo democrático, ainda carente de um desenho partidário mais sólido, hoje formado por mais de trinta legendas, a maioria de natureza circunstancial e apenas umas poucas de conteúdo programático.
Assim, numa disputa fragmentada, e nas circunstâncias de uma campanha encurtada a apenas quarenta e cinco dias, passam a primeiro plano desafios táticos, na perspectiva de uma eleição em dois turnos.
Especulam-se opções em torno de duas disputas em campos opostos.
As campanhas de Alckmin e de Meirelles teriam inicialmente como alvo principal o candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro, que parte na frente de ambos nas pesquisas.
Já Ciro Gomes e Lula ou Haddad, terão que examinar hipoteticamente qual o adversário potencialmente mais vulnerável, se Alckmin ou Bolsonaro. Vale dizer, contra qual dos dois seria possível ajuntar mais aliados num segundo turno.
Demais, ainda entre os candidatos do PDT e da aliança PT-PCdoB há que se estabelecer uma relação de concorrência e não necessariamente de embate entre "inimigos".
Na prática, entretanto, para além dessas especulações vai valer o transcorrer da luta concreta, sob o peso das contradições objetivas e da disputa de projetos opostos para o País. Pois desde Marx no "18 Brumário", se tem como verdadeiro que o desenrolar do embate político muitas vezes escapa ao desejo subjetivo dos principais contendores. Fatores objetivos falam mais alto.
Luciano Siqueira, no portal Vermelho, Blog do Renato e no Blog de Jamildo/portal ne10
Lugar comum repetido à exaustão em situações complexas ou embaraçosas, sábia é a afirmação de que "a política é a arte do possível".
Celebradas as coalizões partidárias para o pleito de outubro, na maioria das situações o possível resultou longe do desejável.
Nas eleições presidenciais, tanto à direita como a esquerda registram-se chapas de um mesmo partido — Henrique Meirelles, pelo MDB e Ciro Gomes pelo PDT, por exemplo — porque se tornou inviável atrair aliados.
Caso semelhante da coligação PT-PCdoB, com a chapa Lula ou Haddad-Manuela D'Ávila, que embora competitiva (e com chances reais de ir ao segundo turno) está longe da frente ampla preconizada por muitos como absolutamente necessária desde já.
Entre o que a realidade objetiva pede e a vontade subjetiva das forças políticas em presença há uma evidente discrepância.
Afinal, o pleito será disputado por treze chapas. Certamente não há treze propostas programáticas distintas na sociedade brasileira.
Tudo a ver com o grau de amadurecimento do nosso processo democrático, ainda carente de um desenho partidário mais sólido, hoje formado por mais de trinta legendas, a maioria de natureza circunstancial e apenas umas poucas de conteúdo programático.
Assim, numa disputa fragmentada, e nas circunstâncias de uma campanha encurtada a apenas quarenta e cinco dias, passam a primeiro plano desafios táticos, na perspectiva de uma eleição em dois turnos.
Especulam-se opções em torno de duas disputas em campos opostos.
As campanhas de Alckmin e de Meirelles teriam inicialmente como alvo principal o candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro, que parte na frente de ambos nas pesquisas.
Já Ciro Gomes e Lula ou Haddad, terão que examinar hipoteticamente qual o adversário potencialmente mais vulnerável, se Alckmin ou Bolsonaro. Vale dizer, contra qual dos dois seria possível ajuntar mais aliados num segundo turno.
Demais, ainda entre os candidatos do PDT e da aliança PT-PCdoB há que se estabelecer uma relação de concorrência e não necessariamente de embate entre "inimigos".
Na prática, entretanto, para além dessas especulações vai valer o transcorrer da luta concreta, sob o peso das contradições objetivas e da disputa de projetos opostos para o País. Pois desde Marx no "18 Brumário", se tem como verdadeiro que o desenrolar do embate político muitas vezes escapa ao desejo subjetivo dos principais contendores. Fatores objetivos falam mais alto.
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