03 agosto 2018

Quem propõe o quê?


Diferencial programático
Luciano Siqueira, no Blog da Folha

Chegou a hora, agora os times entrarão em campo e o jogo é pra valer. Falta apenas completar a escalação nas chapas majoritárias — no pleito presidencial e em alguns estados.
Há quase que uma tradição alimentada nas três últimas eleições gerais: a escolha de vice tem ficado para a última hora. Em busca da melhor solução ou mesmo como última forma de compor o time, já que o titular não conseguiu a companhia dos seus sonhos.
Ruim que o noticiário se prenda quase que exclusivamente a nomes. E à especulação sobre maior ou menor aceitação em parcelas da opinião pública — à semelhança de avaliações mercadológicas.
Sobretudo em ambiente crítico como o que vivemos, há que se examinar o que cada candidato propõe, um esboço que seja de programa de governo.
Ao subestimarem essa questão, candidatos e "analistas" midiáticos implicitamente avaliam por baixo a capacidade de discernimento do eleitor.
Um erro crasso.
Há um nível de consciência "espontâneo", não necessariamente decorrente do proselitismo político direto, fruto da experiência coletiva acumulada e sob a pressão da realidade objetiva.
A rejeição a Michel Temer e a seu governo por parte de quase noventa por cento da população reflete certo grau de consciência política de massas, digamos assim, fundamentalmente apoiado no discernimento entre o que ocorreu nos governos Lula e no primeiro governo Dilma e o que ocorre agora, desde o golpe do impeachment.
Por isso mesmo ex-ministros de Temer, por exemplo, fogem de qualquer associação dos seus nomes com o governo.
O candidato do MDB ao governo de São Paulo, empresário Antônio Skaff, na convenção que confirmou sua candidatura, mesmo na presença do ex-ministro Henrique Meirelles, postulante à presidência da República, sequer mencionou o nome do presidente usurpador.
Os que pretendem tergiversar certamente contam com uma campanha encurtada a apenas quarenta e cinco dias e imaginam escapar através de artifícios midiáticos. Provavelmente serão rejeitados pela maioria dos eleitores.
Na esfera nacional, partidos como o PSB e o PCdoB, assediados para comporem chapas majoritárias com Ciro ou Lula, têm o dever se definirem mediante pronunciamento programático.
No caso do PCdoB, provavelmente confirmará a candidatura de Manuel D'Ávila, que tem sido exemplar na defesa de um novo projeto nacional de desenvolvimento, ou seja, dado um corte programático à sua pré-candidatura.
No âmbito dos estados, idem. Não há, como nunca houve, uma verticalização das alianças construídas para os pleitos nacional e estadual, mas há igualmente a necessidade de lastrear as coalizões eleitorais sobre base programática.
Esta é uma exigência do Brasil dos nossos dias, um elemento indispensável ao convencimento do eleitorado.
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