14 fevereiro 2019

Arenga palaciana


Com o DNA do baixo clero
Luciano Siqueira

Escaramuças em equipe de governo nunca são saudáveis, devem ser evitadas. Governantes fortes e hábeis costumam evitá-las. Pois se ganham maior dimensão convertem-se em crise de governo.

O capitão presidente Jair Bolsonaro tem colecionado escaramuças no interior do seu governo, tanto ao norte como ao sul, envolvendo figuras do próprio núcleo central, que opera no Palácio do Planalto.

Sua relação com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, tem sofrido fricções por razoes diversas, que vão desde o tratamento ambos dão à imprensa (bem diferenciado entre si) à loquacidade do vice, que opina em pública sobre temas diversos. Inclusive questões polemicas na própria equipe de governo.

Mas o caso do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, assume traços histriônicos, além de dramáticos. Depõe muito mal em relação à suposta seriedade do governo.

Envolvido em rumoroso caso de transferência indevida de altas somas do fundo partidário eleitoral para candidatas ditas “laranjas” inscritas em seu partido, o PSL, Bebianno agora colide frontalmente com o Clã Bolsonaro, um filho deputado e o próprio presidente pai.

Ambos lhe atribuem a condição de mentiroso.

O ministro, que deveria mostra-se indignado e defender a própria honra, declara-se apenas magoado e antecipa a decisão de não se demitir.

E se pretende assim mesmo seguir na equipe palaciana será porque há de ter suas razões para tanto, que não devem ser de pequena monta.

Também se Bolsonaro pai e presidente manterá um ministro que ele próprio expôs à execração pública, ainda não e sabe.

Seja o que acontecer nas próximas horas, algo fica muito evidente: até nas crises palacianas o governo exibe seu insofismável DNA de baixo clero.

Ai de ti, República!

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