06 fevereiro 2019

Atitudes diferenciadas


Arshile Gorky
Cena política: três lances
Luciano Siqueira

Na vida, há fatos que falam por si mesmos. Dizem muito — ou quase tudo. Na política, mais ainda.

1) No primeiro dia de atividade na Câmara dos Deputados, parlamentares noviços se apressaram na busca de notoriedade, como assinala a Folha de S. Paulo: "Plenário da Câmara tem Kim, Joice e Frota, disputa por microfone, selfies e ataques. Deputados novatos buscaram espaço na primeira sessão de debates...”. 

Já são nomes conhecidos, surfam na onda conservadora desde o impeachment da presidenta Dilma e alimentam grande número de seguidores impulsionados nas redes sociais. Mas agora desejam ser reconhecidos como parlamentares atuantes (sic).

Pelo conteúdo de suas intervenções, tendo o PT e o ex-presidente Lula como alvos e palavreado fascistoide como forma de expressão, são candidatássemos ao chamado baixo clero.

Ninguém se afirma no Parlamento, qualquer que seja a corrente político-ideológica, esbravejando da tribuna. Há muito diálogo pela frente, participação em comissões técnicas e participação qualificada nos debates. Fora disso, resta o folclore tão a gosto de chargistas e humoristas.

2) Noticia-se que parte do chamado núcleo duro do Planalto estaria muito incomodado com a desenvoltura do vice-presidente Mourão nos momentos de interinidade, em razão do bom trato com a imprensa, que difere diametralmente do capitão presidente, e as seguidas declarações sobre temas ainda polêmicos na equipe governamental.

Para completar, o suposto filósofo Olavo de Carvalho, tido como “guru” do capitão presidente, vem desancando o general vice-presidente, que acusa de ser "uma vergonha para o Exército brasileiro", em postagens no Twitter.

Uma contenda bem ao “estilo baixo clero”que só tem a prejudicar o governo.

3) O governador Paulo Câmara, que se inclui entre os governantes nordestinos que se opuseram ao presidente no último pleito, vem buscando relações institucionais produtivas mediante audiências com ministros cujas pastas cuidam de temas de muita importância para Pernambuco.

A vice-governadora Luciana Santos substituiu o governador em recente encontro com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, quando dá a apresentação dos chamado pacote de medidas de combate à criminalidade e à corrupção.

Comportamento correto, republicano. É dever constitucional dos titulares dos três entes federativos trabalharem em sintonia administrativa, a despeito de diferenças políticas e ideológicas.

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