12 maio 2020

Batendo cabeças


Desencontro em plena guerra
Luciano Siqueira

Não bastasse a substituição de um ministro da Saúde em plena crise sanitária, e a substituição recente de onze técnicos que respondiam por setores chaves na operação contra a pandemia, agora, em plena guerra, pode se dizer, aquele que deveria estar no comando das ações alimenta mais uma contradição com os comandantes dos exércitos em campo de batalha.

Através do anódino ministro Nelson Teich o governo Bolsonaro propõe nova diretriz sobre distanciamento social.

Segundo o ministro, os gestores regionais deveriam realizar um levantamento de uma série de dados – da capacidade dos leitos até o número de mortos. A partir dessas informações, se estabeleceria uma pontuação destinada a definir que medida seria mais eficaz entre o isolamento parcial o bloqueio total, o lockdown.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) rejeitaram a proposta. Como adotar o procedimento em meio ao aumento de casos e mortes pela doença?, questionam.

Possibilitaria dubiedade em relação ao isolamento social, que já não vem alcançando os percentuais desejados.

De toda forma, a proposta do ministro não terá que ser assumida pelos governadores e prefeitos, pois o STF já decidiu que a gestão da epidemia se dá sob a autonomia e a iniciativa dos governantes locais, tamanha a distância entre a presidência da República – péssimo exemplo de menosprezo pára com a saúde da população, as orientações da OMS e os argumentos científicos – e os governadores e prefeitos.

Como se numa guerra o Estado Maior apontasse numa direção e os comandos a ele subordinados resolvessem guerrear noutro direção por pleno conhecimento da situação.

Fique sabendo https://bit.ly/2Yt4W6l

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