Desencontro
em plena guerra
Luciano Siqueira
Não bastasse a
substituição de um ministro da Saúde em plena crise sanitária, e a substituição
recente de onze técnicos que respondiam por setores chaves na operação contra a
pandemia, agora, em plena guerra, pode se dizer, aquele que deveria estar no
comando das ações alimenta mais uma contradição com os comandantes dos exércitos
em campo de batalha.
Através do anódino
ministro Nelson Teich o governo Bolsonaro propõe nova diretriz sobre
distanciamento social.
Segundo o ministro, os gestores regionais deveriam realizar um
levantamento de uma série de dados – da capacidade dos leitos até o número de
mortos. A partir dessas informações, se estabeleceria uma pontuação destinada a
definir que medida seria mais eficaz entre o isolamento parcial o bloqueio
total, o lockdown.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) rejeitaram a proposta. Como
adotar o procedimento em meio ao aumento de casos e mortes pela doença?,
questionam.
Possibilitaria dubiedade em relação ao isolamento social, que já não vem
alcançando os percentuais desejados.
De toda forma, a proposta do ministro não terá que ser assumida pelos governadores
e prefeitos, pois o STF já decidiu que a gestão da epidemia se dá sob a
autonomia e a iniciativa dos governantes locais, tamanha a distância entre a
presidência da República – péssimo exemplo de menosprezo pára com a saúde da
população, as orientações da OMS e os argumentos científicos – e os
governadores e prefeitos.
Como se numa guerra o Estado Maior apontasse numa direção e os comandos
a ele subordinados resolvessem guerrear noutro direção por pleno conhecimento
da situação.
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