Assistentes sociais:
indispensáveis
Luciano Siqueira
Nos anos 60, eu equivocadamente considerava
assistentes sociais uma espécie de colchão de espuma destinado a amainar as
contradições de classe e, dessa forma, contribuir para a manutenção do regime
de exploração.
Quando médico residente tive a
oportunidade de trabalhar com equipes multidisciplinarares, incluindo
assistentes sociais, que então recebiam a orientação da professora da
Universidade Federal de Pernambuco Lilia Collier.
Pude ver de perto que não era bem
assim.
Aprendi com a prática e o proveitoso
diálogo com Lilia que, particularmente em instituições públicas, hoje sob a
inspiração da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), esses profissionais
podem cumprir papel decisivo no incremento de relações com o público usuário
dos serviços, rompendo com o clientelismo alienante.
E em meus quase 16 anos de
exercício do cargo de vice-prefeito do Recife — de 2001 a 2008 com prefeito
João Paulo e desde 2012 com o prefeito Geraldo Júlio — consolidei essa minha
compreensão.
Há uma tradição clientelista e
eleitoreira consolidada na sociedade brasileira, pautada na ideia de que os
governos promovem dádivas ao povo necessitado.
Na verdade, políticas públicas
destinadas a melhorar as condições de vida da população são um dever
constitucional dos três entes federativos, a União, os Estados e Municípios. E
o povo a elas tem pleno direito.
Essas concepções díspares, uma
vez problematizadas no ambiente de trabalho, dão ensejo a uma elevação da
consciência cidadã tanto entre profissionais da assistência social como de
usuários dos serviços públicos.
O cidadão e a cidadã em situação
de vulnerabilidade, por exemplo, pode se descobrir sujeito de direitos e, além
disso, ao compreender porque seus direitos fundamentais não são plenamente
realizados em uma sociedade tão desigual como a nossa, pode também se
reconhecer agente transformador dessa sociedade.
Assistentes sociais conscientes
desse seu papel transformador e libertário são indispensáveis.
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