03 maio 2020

Desigualdade sinfônica


Mulheres regentes de sinfônicas
Luciano Siqueira

Não pude ver detalhes porque estava concentrado no almoço em família, por videoconferência, neste domingo de isolamento social por conta da pandemia coronavírus. O televisor ligado no canal Arte me permitiu ver de relance o desempenho de uma regente relativamente jovem de uma orquestra sinfônica, não sei se alemã ou norte-americana.
Gosto da música erudita tanto quanto das inúmeras variantes populares, embora seja incapaz sequer de solfejar, nem guardo inteiramente — no caso das canções populares — a letra.
Comentei com Luci minha surpresa: jamais vira uma mulher regendo uma sinfônica!
Ignorância minha?
A curiosidade me levou a uma rápida pesquisa no Google e encontrei uma reportagem do jornal o Globo, de maio do ano passado, precisamente sobre “a surpreendente contratação de duas regentes” para a Sinfônica de Filadélfia, nos EUA.
Uma notícia rara na música na música erudita, diz a reportagem, a contratação da alemã Erina Yashima e da colombiana Lina Gonzalez-Granados.
Menciona um debate sobre as razões da quase inexistência de mulheres regentes.
Registra – para a minha surpresa e satisfação - que a brasileira Priscila Bonfim ocupa o cargo de regente assistente da Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
E assim pude agregar ao meu discurso feminista mais esse exemplo expressivo da desigualdade de gênero.
E manter a expectativa de rever a cena de hoje na TV e identificar precisamente aquela regente jovem, os cabelos loiros curtos e gestos expressivos.

Fique sabendo https://bit.ly/2ySRLkm

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