O capital mais importante é a vida
José Luis Simões*
A pandemia da Covid-19, causada pelo novo Coronavírus, tem assolado a humanidade de várias formas. Em primeiro lugar, a questão da preservação de vidas, afinal, o vírus tem uma taxa de letalidade expressiva (pode chegar a 15% no caso de idosos e grupos de risco).
Há uma falsa dicotomia entre manter o isolamento social, com objetivo de diminuir a propagação da doença, e a preservação da economia do país. Evidentemente, há consequências negativas para o setor do comércio, indústria e serviços durante as medidas restritivas adotadas por prefeituras e governos estaduais. Mas o que fazer? Deixar quase toda população ser contaminada? Deixar as estatísticas avançarem contra as vidas humanas?
Foi infeliz um vídeo que circulou recentemente onde o proprietário da rede de restaurantes Madero disse que a economia não podia estagnar por conta de 5 ou 7 mil mortes. Será que ele pensaria assim caso uma das 5 mil mortes pela Covid-19 fosse na família dele? Enfim, para ressaltar seu comportamento tacanho, e como a economia anda cambaleante com o isolamento social, ele defendeu seus interesses e já demitiu cerca de 600 “colaboradores”.
Quem analisa as estatísticas de disseminação da Covid-19 e as mortes causadas por conta desta doença só pela televisão e como algo distante da realidade, mas com a visão de que prejudica “minha empresa”, tem uma noção egoísta do problema. Na verdade, a pandemia acaba por efervescer o debate sobre capitalismo, individualismo e sistemas econômicos e sociais.
Não há surpresa. A mentalidade capitalista, egoísta e individualista entende a pandemia somente na perspectiva de desastre para a economia, os negócios e lucros. Para o capitalismo selvagem, a vida e a saúde das pessoas estão em segundo plano. O axioma mais importante da ordem capitalista é o dinheiro, o negócio. Alguns empresários prescindem ideias básicas de Adam Smith, entre elas, a tese de que a riqueza tem mais importância quando é posta a serviço do bem estar coletivo. Mas é importante registrar que há empresários com visão humanista e comportamento solidário, o que o bolsonarismo chamaria de “comunistas”.
O conceito de solidariedade é estranho à mentalidade egoísta. Entretanto, é a palavra chave, o principal caminho em tempos de uma pandemia que atenta contra a saúde pública e a economia. Solidariedade, amizade, temperança e justiça são valores que não têm preço. Aliás, vidas não tem preço.
O capital mais importante durante uma pandemia é a vida. A história há de mostrar que os vencedores na luta que a humanidade trava em 2020 contra a Covid-19 não serão apenas os que permanecerão vivos ou os empresários que conseguirem manter seus negócios. Entre os principais vencedores estarão os cientistas, os profissionais da saúde, os humanistas e as pessoas que praticam a solidariedade.
A pandemia da Covid-19, causada pelo novo Coronavírus, tem assolado a humanidade de várias formas. Em primeiro lugar, a questão da preservação de vidas, afinal, o vírus tem uma taxa de letalidade expressiva (pode chegar a 15% no caso de idosos e grupos de risco).
Há uma falsa dicotomia entre manter o isolamento social, com objetivo de diminuir a propagação da doença, e a preservação da economia do país. Evidentemente, há consequências negativas para o setor do comércio, indústria e serviços durante as medidas restritivas adotadas por prefeituras e governos estaduais. Mas o que fazer? Deixar quase toda população ser contaminada? Deixar as estatísticas avançarem contra as vidas humanas?
Foi infeliz um vídeo que circulou recentemente onde o proprietário da rede de restaurantes Madero disse que a economia não podia estagnar por conta de 5 ou 7 mil mortes. Será que ele pensaria assim caso uma das 5 mil mortes pela Covid-19 fosse na família dele? Enfim, para ressaltar seu comportamento tacanho, e como a economia anda cambaleante com o isolamento social, ele defendeu seus interesses e já demitiu cerca de 600 “colaboradores”.
Quem analisa as estatísticas de disseminação da Covid-19 e as mortes causadas por conta desta doença só pela televisão e como algo distante da realidade, mas com a visão de que prejudica “minha empresa”, tem uma noção egoísta do problema. Na verdade, a pandemia acaba por efervescer o debate sobre capitalismo, individualismo e sistemas econômicos e sociais.
Não há surpresa. A mentalidade capitalista, egoísta e individualista entende a pandemia somente na perspectiva de desastre para a economia, os negócios e lucros. Para o capitalismo selvagem, a vida e a saúde das pessoas estão em segundo plano. O axioma mais importante da ordem capitalista é o dinheiro, o negócio. Alguns empresários prescindem ideias básicas de Adam Smith, entre elas, a tese de que a riqueza tem mais importância quando é posta a serviço do bem estar coletivo. Mas é importante registrar que há empresários com visão humanista e comportamento solidário, o que o bolsonarismo chamaria de “comunistas”.
O conceito de solidariedade é estranho à mentalidade egoísta. Entretanto, é a palavra chave, o principal caminho em tempos de uma pandemia que atenta contra a saúde pública e a economia. Solidariedade, amizade, temperança e justiça são valores que não têm preço. Aliás, vidas não tem preço.
O capital mais importante durante uma pandemia é a vida. A história há de mostrar que os vencedores na luta que a humanidade trava em 2020 contra a Covid-19 não serão apenas os que permanecerão vivos ou os empresários que conseguirem manter seus negócios. Entre os principais vencedores estarão os cientistas, os profissionais da saúde, os humanistas e as pessoas que praticam a solidariedade.
José Luis Simões, professor do Centro de Educação/UFPE.Instagram: @ professorzeluis Facebook: Prof. Zé Luís
[Ilustração: Lasar Segall]
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