É inexplicável ver Reinaldo
na reserva do São Paulo
No duelo pela Libertadores,
Palmeiras não tinha nenhum atacante veloz pela direita
Tostão,
Folha de S. Paulo
Os
resultados das partidas de futebol são, geralmente, definidos por um conjunto
de fatores técnicos, físicos, estratégicos e emocionais, por escolhas corretas
e incorretas, por detalhes inesperados e, principalmente, pela qualidade dos
jogadores.
Na vitória por 3 a
0 sobre o River Plate, o Atlético-MG foi nitidamente superior, no
conjunto e nas virtudes individuais. O mesmo ocorreu na goleada do Flamengo
sobre o Olimpia. Já o Fluminense foi
eliminado na Libertadores, após o empate em 1 a 1 com o Barcelona de
Guayaquil, por causa do maior número de gols marcados fora de casa pelos
equatorianos, regulamento que eu nunca gostei.
Como
se esperava, foram dois jogos equilibrados. O Fluminense foi eliminado porque
está longe de ter os valores individuais de Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras.
Muitos
jogos, geralmente entre equipes de mesmo nível técnico ou próximo, são
decididos pelos detalhes, pelas escolhas nos momentos dos lances, pelos acasos,
pelos suspiros. De repente, acontece algo surpreendente, que muda o resultado
da partida. Esta incerteza não muda a importância dos treinamentos, do
planejamento, das estratégias e dos erros e acertos dos treinadores.
Na derrota do
Palmeiras para o Atlético-MG, pelo Brasileiro, por 2 a 0, e na
vitória sobre o São Paulo, pela Libertadores, por 3 a 0, foram importantes os
detalhes inesperados que ocorreram durante as partidas. O erro absurdo do
árbitro na expulsão de Patrick de Paula, contra o Atlético-MG, foi decisivo. O
time atleticano estava um pouco melhor, mas não o suficiente para ser o
favorito. Dessa vez, o agitado e reclamão Abel Ferreira teve razão, ao ficar
indignado.
Na
Libertadores, o gol perdido por Pablo, contra o Palmeiras, livre e diante do
goleiro, quando o São Paulo perdia por 1 a 0, em um jogo indefinido, foi também
decisivo. O São Paulo, desesperado, foi todo para frente, o técnico Crespo
tirou o volante Luan e deixou enormes espaços no meio-campo, para os
habilidosos Raphael Veiga e, especialmente, Dudu criarem a
merecida vitória por 3 a 0.
É
inexplicável ver o lateral Reinaldo na reserva do São Paulo, ainda mais que o
Palmeiras não tinha um atacante veloz pela direita. Além disso, o São Paulo,
pela esquerda, tinha enormes espaços para atacar, o que Reinaldo faz melhor,
pois tem um cruzamento forte e de curva, com a bola chegando entre o goleiro e
os defensores, uma das jogadas principais do time nos últimos anos.
Cada
dia mais aumenta a superioridade
das equipes brasileiras na América do Sul. Palmeiras, Flamengo e
Atlético-MG estão muito fortes. Os melhores jogadores de outros países do
continente são contratados pelos europeus, pelos times brasileiros ou pelos dos
Estados Unidos.
Jorge
Jesus, ao fazer do Flamengo um time que atacava com quatro jogadores ofensivos,
além do meio-campista Gerson, estimulou os técnicos brasileiros a abandonarem
os vícios das últimas décadas, que empobreceram nosso futebol. A contratação de
alguns treinadores estrangeiros, como Abel Ferreira e vários
argentinos, ajuda na evolução.
Evoluir
profissionalmente, no futebol e em qualquer atividade humana, não é apenas
estudar, se informar, ter vontade, disciplina e saber comandar um grupo. É
também observar os detalhes emocionais, objetivos e subjetivos, ter senso
crítico, ser capaz de inovar, de surpreender, de tomar decisões rápidas e
eficientes, de reconhecer as incertezas e de ir além da vitória.
Veja:
Uma breve palavra sobre nossa conversa com o ex-presidente
Lula https://bit.ly/3kbDHqq
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