15 agosto 2021

Nuance tática no futebol

Marcar por pressão, como faz o Flamengo, pode resultar em derrotas por goleada

Mesmo as grandes equipes, como Bayern e Manchester City, de vez em quando sofrem
Tostão, Folha de S. Paulo

 

A goleada do Inter sobre o Flamengo, por 4 a 0, foi, em parte, consequência do risco de marcar por pressão, no campo do adversário, com a defesa adiantada, como faz o Flamengo. Essas goleadas não acontecem com mais frequência pela qualidade do Flamengo e pela ineficiência dos adversários, que não aproveitam os grandes e inevitáveis espaços deixados na defesa.

Evidentemente, o Flamengo, como todas as equipes que adotam essa postura, podem diminuir os riscos. Para isso, é necessário sincronizar e posicionar bem os jogadores, além de ter defensores e goleiros rápidos e atentos.

Na maioria dos times brasileiros, os zagueiros atuam colados à grande área e deixam grandes espaços entre eles e os armadores, quando estes avançam para pressionar mais à frente. Por outro lado, se os zagueiros atuam muito adiantados, deixam enormes espaços nas costas. Para diminuir os riscos nas duas situações, os zagueiros deveriam atuar na intermediária, entre a grande área o círculo central.

No futebol atual, é cada vez mais necessário que as equipes se preparem para jogar das duas maneiras, com a marcação mais adiantada e com a mais recuada, de acordo com o adversário e com o momento do jogo. Para isso, é preciso treinar bastante.

Penso que a melhor indicação de se jogar com três zagueiros é para fazer a marcação mais à frente, por pressão, pois um dos zagueiros fica mais centralizado e mais recuado, para, nos contra-ataques, fazer a cobertura dos outros dois. Com os três zagueiros, os outros sete jogadores podem pressionar no campo adversário.

Na maioria das vezes, as equipes usam os três zagueiros para jogar defensivamente, formando uma linha de cinco, recuada, com os dois alas.

Mesmo as grandes equipes, como Bayern, Manchester City, Liverpool e outros, que executam muito bem a marcação por pressão, de vez em quando, sofrem goleadas. Além dos riscos, esses resultados ocorrem também por outros motivos, pelo relaxamento e por inúmeros detalhes, acasos, escolhas equivocadas e erros técnicos.

Hoje, será quase impossível o Flamengo, em casa, sofrer muitos gols do Olímpia. O Flamengo, nas quatro partidas das quartas de final da Libertadores, é o único favorito. Poderemos ter de um a quatro brasileiros nas semifinais.

MESSI NO PSG

Messi, chorando, despediu-se do Barcelona. O time catalão, por causa das novas regras do futebol espanhol, anunciou que não tinha condições de pagar nem a metade do salário.

Quem vestirá a camisa 10 do PSG? No Barcelona, Messi era o centro das jogadas. Era armador e atacante, enquanto Neymar era o atacante pela esquerda, o que fazia as jogadas pela ponta ou pelo meio, para decidir. Já no PSG, o centro do time tem sido Neymar.

Mbappé não tem as características de Suárez, que, no Barcelona, era um centroavante que se movimentava à frente, pelo centro, para finalizar ou facilitar as jogadas para Messi e Neymar. Mbappé é um atacante veloz, que aproveita todos os espaços do ataque. Não será fácil agrupá-los em campo, nos lugares certos para cada um.

Messi fez uma boa opção financeira e técnica. Outra possibilidade seria ter ido para a Argentina, jogar no Newell's Old Boys, o time da infância, para ficar em forma até a Copa do Mundo. Depois do Mundial, faria tudo o que sonhou, mas que o supercraque Messi não permitiu. Seria o voo da liberdade, até sentir saudade do futebol. “As coisas vão e voltam. A vida nem é da gente.” (João Guimarães Rosa)

 

Veja: Uma tremenda demonstração de fraqueza https://bit.ly/3lRLcVT

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