Tecnologia
é de importância definitiva para país tentar se recuperar do atraso
multissecular que o condena
Janio de Freitas, Folha de S.
Paulo.
Joe
Biden mandou ao Brasil o assessor de Segurança Nacional dos EUA e um chefão da
CIA. Escolhas sugestivas, não de diplomatas, como seria entre países que se
respeitem. As duas figuras nem precisariam formular ameaça alguma, chantagem
alguma, seus cargos são eloquentes por si mesmos.
O
poder americano quer a instalação do seu sistema informático 5G instalado no
Brasil. E não o chinês. O 5G é uma revolução assombrosa adiante da nossa internet e de outras
modernidades informáticas.
O
sistema americano não está concluído. Quando estiver, já é dito, ainda não será
equivalente ao chinês. Por ora, tem a vantagem de que os chineses usam chips
fabricados nos EUA, mas a China já se empenha em produção própria.
A
decisão brasileira por meio de concorrência científica e financeira não convém
aos americanos. Eles têm experiência de Brasil: situação idêntica se deu na
compra de um sistema de vigilância da Amazônia, o Sivam, entregue à americana
Raytheon em uma concorrência daquelas, bem brasileira, contra a francesa
Thomson.
Então
presidente, um alegre Fernando Henrique contou que telefonara a Bill Clinton
para informar o atendimento ao seu pedido em favor da Raytheon. Hoje os
americanos sabem mais da Amazônia real, e de suas riquezas, do que a soma das
entidades brasileiras especializadas no tema.
A
política internacional de Biden é pior para o mundo todo, exceto Israel, que a
de Trump. Como diz um dos seus slogans preferidos, a meta do atual governo é
“restabelecer no mundo a liderança inconteste dos Estados Unidos”.
Não
foram divulgados os termos em que a questão G5 foi posta aqui pelos dois
agentes. Para o essencial, nem foi preciso. Só determinar que fossem ditos em
pessoa, e pelos escolhidos para fazê-lo, foi bastante.
O
5G é de importância definitiva para o Brasil tentar recuperar-se do atraso
multissecular que o condena. Talvez a última oportunidade.
Mas
Bolsonaro e seu pessoal não têm sequer as condições mínimas para qualquer ato
em tal questão. O Congresso, em particular o Senado, precisa representar o
futuro e impor medidas preventivas contra possíveis traições à soberania.
Nisso
as Forças Armadas teriam papel relevante, mas estão minadas pelo bolsonarismo
que se soma ao seu americanismo de guerra fria.
A
concorrência legítima é indispensável. Ainda que seja retardada e aguarde a
conclusão do sistema americano, para a melhor escolha de futuro brasileiro.
.
Veja: Uma tremenda
demonstração de fraqueza https://bit.ly/3lRLcVT
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