João Amazonas: Ensinamento valioso
“E lá se foi, apupado pelo povo,
condenado pela História, repudiado em toda parte, o pior regime político que o
Brasil já conheceu. Parece incrível que a nação tenha passado tão largo tempo
órfã da liberdade, esmagada cruelmente pelas hordas dos novos bárbaros.
Insensíveis aos anseios e sentimentos da coletividade, pisotearam tudo quanto
era caro aos brasileiros”.
Portal Vermelho
www.vermelho.org.br
João Amazonas deixou um legado valoroso. O Portal Vermelho publica artigo escrito pelo líder revolucionário comunista que retrata sua visão sobre a ditadura militar sofrida pelo Brasil e que foi recordado pelo portal do PCdoB, em sua homenagem, pela passagem dos seus 110 anos, comemorados neste sábado (1º/1/2022). “Vinte e um anos durou o pesadelo militar, o predomínio de generais pretensiosos, arrogantes e incapazes, cada qual julgando-se como o melhor de todos os filhos deste país”, escreveu o dirigente.
Sobre esse triste e gravíssimo episódio da história do país, escreveu Amazonas: “Nunca mais se deve permitir, quaisquer que forem os motivos alegados, a intromissão indevida dos militares na vida política nacional”.
Por João Amazonas*
Vinte e um anos durou o pesadelo militar, o predomínio de generais pretensiosos, arrogantes e incapazes, cada qual julgando-se como o melhor de todos os filhos deste país.
Acreditavam na perenidade da sua dominação, que não deixavam por menos: até bem depois do ano 2000… Mas não há noite, hibernal que seja, de duração ilimitada. O dia reaparecerá, como reapareceu, e com ele a alegria de viver, de criar, de mudar, de transformar o mundo que nos rodeia. A luminosidade solar dá a dimensão de tudo. Os que na escuridão se faziam passar por gigantes, mostram-se anões, insignificâncias desprezíveis.
Foi-se o regime da tirania. Mas ficou o rastro de lama e desonra da sua política antipovo, foco pestilento de banditismo, de entreguismo, de corrupção sem limites. Centenas de patriotas e democratas assassinados friamente, milhares, muitos milhares de presos torturados, a nação humilhada. A soberania nacional em leilão. E o festim dos novos ricos,
dos milionários que fraudaram, que roubaram à vontade o dinheiro do erário público. Trágico e doloroso balanço dos vinte e um anos de autoritarismo castrense.
E não haverá “punições”. O que passou, passou, repetem os conciliadores. Punição seria revanchismo… E o revanchismo – dizem – não é do feitio dos brasileiros. Assassinos, torturadores, vende-pátria, corruptos, mas intocáveis. A “revolução” de 1964 não pode ir ao banco dos réus. Tudo que fez, fez pelo bem… de uns poucos, em benefício… dos protegidos e afilhados do regime, ávidos de riqueza, de privilégios, de posições vantajosas. E em favor do capital estrangeiro, “amigo” dos seus amigos…
Afinal, de saldo, um ensinamento valioso: golpe de generais é sinônimo de despotismo, de completa falta de respeito aos direitos inalienáveis do povo. A experiência foi dura, mas valeu por seu aspecto negativo. Nunca mais se deve permitir, quaisquer que forem os motivos alegados, a intromissão indevida dos militares na vida política nacional.
Esta terra tem dono, gritavam os patriotas pelejando contra os holandeses em Pernambuco. O dono são os 130 milhões de brasileiros que desejam viver em liberdade, sem a tutela de quem quer que seja, buscando um futuro melhor para a sua pátria.
Aos quartéis, os militares! E que nos deixem em paz!
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Fique sabendo, em cima dos fatos https://bit.ly/3n47CDe
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