04 maio 2022

Mais tensão

Bolsonaro obriga Itamaraty a impor veto a União Europeia como observadora das eleições de 2022

A pedido do presidente, o Ministério das Relações Exteriores objetou o convite oficial que o TSE faria ao bloco europeu para que enviasse seus representantes em outubro
Victor Farinelli, Jornal GGN

 

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anunciou que vai desfazer o convite oficial à União Europeia, enviado em março passado, para que esta participasse como uma das entidades observadoras das eleições deste ano, a serem realizadas no mês de outubro.

Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi no G1, a decisão de excluir a União Europeia foi fruto de uma objeção ao bloco feita pelo Itamaraty, que, por sua vez, teria atuado sob pressão do presidente Jair Bolsonaro, que seria contra a presença da missão europeia nas eleições.

O Palácio do Planalto alega que “não é da tradição do Brasil ser avaliado por organização internacional da qual não faz parte”. Efetivamente, esta seria a primeira vez que uma missão europeia participaria como observadora do pleito no país.

Diante desta situação, a Comissão Europeia – o Poder Executivo do bloco europeu – informou que “recebeu uma carta-convite, no início de março, de parte do TSE para enviar uma missão exploratórioa”, mas que, nesta semana “o TSE informou que não dará seguimento ao seu pedido feito em março, devido a reservas expressas pelo governo brasileiro”, informa matéria do jornalista João Paulo Charleaux para o Nexo Jornal.

“Nessas circunstâncias, não enviaremos uma missão exploratória ao Brasil para avaliar uma possível Missão de Observação Eleitoral”, confirmou a Comissão Europeia.

Assim, as únicas entidades internacionais que devem participar como observadoras das eleições brasileiras em 2022 são a OEA (Organização dos Estados Americanos), o Parlasul (Parlamento do Mercosul) e a Rede Eleitoral da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), todas elas como suas presenças confirmadas pelo TSE.

Ainda assim, segundo o blog de Andréia Sadi, o TSE ainda busca outras formas de garantir a participação de observadores europeus nas eleições. “Nos próximos meses, se for verificada a necessidade e o interesse de ambos os lados, poderá haver uma participação mais reduzida e de caráter técnico de membros da União Europeia no período eleitoral”, afirmou o órgão eleitoral.

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