Cacoete subserviente
Luciano Siqueira
O presidente do Brasil jurou cumprir a
Constituição, ao tomar posse no cargo.
Isto posto, a obviedade carece de
qualquer pronunciamento em adendo por parte do mandatário.
Salvo em circunstâncias especiais em
que a sua autoridade fosse chamada a referendar a Carta Magna de algum modo
ameaçada de transgressão.
Entretanto, Jair Messias Bolsonaro
multiplica gestos e palavras justamente de insubordinação constitucional.
Dias atrás proclamou em público a sua
condição (no mínimo esquisita) de ex-cumpridor de decisões do Superior Tribunal
Federal, preceito constitucional claro e inequívoco.
Assim tem feito repetidas vezes em
lives semanais meio que esquizofrênicas dirigidas ao povo e à nação.
Particularmente no que diz respeito
ameaça de não acatar o resultado do pleito presidencial de outubro.
Mas eis que o atabalhoado presidente
comparece a uma semi esvaziada Cúpula das Américas, em Los Angeles, e em diálogo protocolar
com o chefe do governo norte-americano diz se comprometer em respeitar a lisura
do processo eleitoral brasileiro e, por conseguinte, o resultado das urnas de
outubro.
Que terá acontecido?
Efeito da longa viagem? Dificuldade em
lidar com o jet lag?
Nada disso!
Simplesmente o agressivo fanfarrão em
terras tupiniquins baixou o tom, falou fino e assumiu (será?) compromisso com o
governante de outra nação que deve — isto sim! — ao povo brasileiro.
Traço de subserviência típico do
complexo de vira-latas.
.
Veja: Núcleos de base no apoio a Lula https://bit.ly/3LcXQYD
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