A primeira infância e os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Rogério de Melo Morais*, em O Estado de São Paulo
“A primeira infância funciona como aceleradora
da Agenda 2030 por atingir o maior número possível de ODS", defende
Samantha Salve, Coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Humano | PNUD Brasil.
Os 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Pacto Global da Organização das Nações
Unidas (ONU) abordam questões de sobrevivência humana, tanto em relação a
aspectos sociais quanto econômicos, e tomam como premissa a necessidade da
união de governos, empresas e entidades do terceiro setor para, em colaboração,
sermos capazes de atingi-los até 2030.
Para as empresas que estão
instituindo ou amadurecendo suas plataformas ESG (ou ASG em português:
responsabilidade Ambiental, Social e práticas de Governança), a Agenda 2030 e
seus 17 ODS são a principal referência, bússola para definição de suas matrizes
de materialidade de planejamento e atuação dos seus programas.
E, assim como James Heckman
comprovou na tese que lhe rendeu o Nobel de Economia, quando evidenciou que o
melhor investimento que uma sociedade poderia fazer é na primeira infância,
defendo analogamente o mesmo para as organizações que atuam com o foco ESG.
A lógica é semelhante. As
condições de vida nos primeiros anos podem ser as principais causas de
problemas sociais complexos. Portanto, para contribuir no atendimento do ODS 1
(Erradicação da Pobreza) ou para o ODS 10 (Redução das Desigualdades), além de
políticas distributivas, é necessário dar condições dignas no começo da vida,
para que bebês e crianças se tornem adultos com maior desenvolvimento
cognitivo, escolar e melhores salários, por exemplo.
Assim também podemos pensar
sobre o ODS 3 (Saúde e Bem-estar), inclusive com metas específicas de combate à
mortalidade infantil e aumento das coberturas vacinais, ou o ODS 4 (Educação de
Qualidade), que defende o acesso à educação infantil de qualidade.
Em suma, um olhar aprofundado
para cada Objetivo torna inevitável um olhar para a primeira infância. Quando o
compromisso com a Agenda 2030 é estrutural e de longo prazo, uma análise das
raízes dos problemas logo apontará para a necessidade de priorizar ações para
as crianças no presente como melhor estratégia para o futuro. Pense bem.
*Diretor Executivo do PIPA (Primeira Infância Plantar Amor).
Janelas abertas para o mundo https://bit.ly/3n47CDe
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