Em 24 capitais, Auxílio Brasil não compra a
cesta básica
Nos
últimos 12 meses, o IPCA acumulado chega a 11,89% e a carestia dos alimentos
pesa no bolso dos mais pobres.
Mariana Mainenti,
Vermelho www.vermelho.org.br
Com a carestia dos alimentos no país, o Auxílio Brasil aprovado nesta semana compra uma cesta básica em apenas três capitais brasileiras: João Pessoa (PB), Salvador (BA) e Aracaju (SE), o que significa que, em cada família contemplada, o benefício de R$ 600 é suficiente para garantir a segurança alimentar de nem mesmo um adulto nas demais 24 capitais.
O valor do Auxílio Brasil não chega a 10% do salário mínimo que o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima como suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. De acordo com os cálculos do Dieese, com base na cesta mais cara que, em junho, foi a de São Paulo, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.
Em São Paulo, o custo da cesta de alimentos chegou a R$ 777,01 em junho, seguida por Florianópolis (R$ 760,41), Porto Alegre (R$ 754,19) e Rio de Janeiro (R$ 733,14). Entre maio e junho, as maiores altas ocorreram no Nordeste, nas cidades de Fortaleza (4,54%), Natal (4,33%) e João Pessoa (3,36%). A comparação do valor da cesta entre junho de 2022 e junho de 2021 mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 13,34%, em Vitória, e 26,54%, em Recife. No ano de 2022, o custo da cesta básica apresentou alta em todas as cidades, com destaque para as variações de Natal (15,53%), Aracaju (15,03%), Recife (15,02%) e João Pessoa (14,86%).
[Leia também: A influência do general Inflação https://bit.ly/3Oa6IAz ]
Alta de preços
Segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) nesta sexta-feira (8), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,67% em
junho, após ter registrado alta de 0,47% em maio. No ano, a inflação é de
5,49%, a maior no acumulado para o primeiro semestre desde 2015 (6,17%). Nos
últimos 12 meses, o IPCA chega a 11,89%.
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