Eleições, programa de governo e bancada classista
Nivaldo Santana*, www.pcdob.org.br
No
próximo dia 16 de agosto começa oficialmente a campanha eleitoral no Brasil. A
partir desta data, 156 milhões de eleitores debaterão as propostas e escolherão
o presidente da República, os governos estaduais, os senadores e os deputados
federais e estaduais.
Na
tradição do Brasil, as eleições são o momento de maior mobilização política de
massas. É um período fundamental, portanto, para debater programas e políticas
para enfrentar os enormes gargalos econômicos e sociais do país.
Para
isso, o Brasil precisa de normalidade política e institucional, respeito à
Constituição. A democracia é premissa sem a qual o país não pode reconstruir as
bases para um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do
trabalho.
Esse novo
projeto herdará um país vitimado por uma dramática tragédia sanitária, economia
parada, milhões de desempregados, empresas fechando, carestia. A face mais
cruel desse quadro é o retorno do país ao mapa da fome.
A
reversão dessa situação caótica deve ser a prioridade para coligação “Vamos
Juntos pelo Brasil”, constituída por sete partidos políticos (PT, PSB, PCdoB,
PV, PSOL, Rede e Solidariedade) que aprovou a chapa com Lula presidente e
Alckmin vice.
Leia também: Lula-Alckmin e o gesto taticamente contido: https://bit.ly/3A39tiS
A chapa “Vamos Juntos pelo Brasil” apresentou para debate as “Diretrizes para o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil”. Um capítulo desse documento é destinado ao “desenvolvimento social e garantia de direitos”.
Neste capítulo, há o compromisso de se abrir um amplo debate e negociação para construir uma nova legislação trabalhista que incorpore os trabalhadores formais e todas as formas de relações de trabalho, mesmo aquelas com vínculos trabalhistas camuflados.
Para
viabilizar esses avanços é necessário superar os retrocessos da reforma
trabalhista e a precarização do trabalho. A agenda regressiva de ataques à CLT,
aos sindicatos e à Justiça do Trabalho, ao contrário do que se pregava, não
gerou emprego nem estimulou a economia.
Para se
alcançar um estágio democrático de desenvolvimento, é fundamental ter um
sindicalismo forte, com autonomia, sustentação material solidária, poder de
negociação, direito de greve e combate às práticas antissindicais.
Para além
de um movimento sindical forte, os trabalhadores e trabalhadoras precisam
ampliar sua representação política nos parlamentos. Como afirma Lula, vencer as
eleições é difícil, mas muito mais difícil é governar.
A
realização de um programa de governo mais ou menos avançado dependerá de uma
nova correlação de forças no Senado, na Câmara Federal e nas assembleias
legislativas e na mobilização social para conquistar mudanças e reformas
estruturais no país.
Dessa
forma, precisamos reafirmar que a eleição de candidatos e candidatas
organicamente comprometidos com o sindicalismo classista é a principal tarefa dos
quadros e militantes sindicais até as eleições de 2 de outubro.
Na
campanha, é decisivo divulgar o programa, avançar na organização dos
trabalhadores e do povo, organizar comitês nos locais de trabalho e de moradia,
realizar múltiplas atividades presenciais e também usar de forma inteligente e
criativa as novas ferramentas digitais.
O
ambiente político está mais favorável e são reais as possibilidades de derrotar
o governo de extrema-direita, eleger Lula e Alckmin e ampliar a bancada
classista no parlamento. Vale relembrar a palavra de ordem: “ousar lutar, ousar
vencer!”
*Nivaldo Santana é secretário de Movimento Sindical do PCdoB e secretário de Relações Internacionais da CTB
Veja: Um mais três duas vezes no apoio a Lula https://bit.ly/3LcXQYD
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