05 agosto 2022

Palavra de Enio

NOVA AUTOFACADA AGENDADA?
Enio Lins, www.tribunahoje.com

Matheus Leitão, jornalista e colunista da Veja, denunciou a possibilidade de bolsonazistas estarem preparando uma ação terrorista para o Sete de Setembro com a intenção de responsabilizar a “esquerda”. A fonte seria a própria comunidade de informações.


Imputar aos adversários 
um ato de terror não é novidade, é característica da direita. A mais notória dessas armações foi o Incêndio do Reichstag (Parlamento Alemão) em 1933. Os nazistas tocaram fogo no edifício e colocaram a culpa nos comunistas e, incontinenti, Hitler – Chanceler de um regime democrático até ali ­– decretou o regime de exceção, prendendo seus opositores. Primeiro a esquerda, e depois todas as demais forças democráticas foram para o saco.

Em 1981
, o atentado no Riocentro seria um crime de grandes proporções, planejado para a véspera do 1º de maio, por militares que discordavam do processo de abertura. A meta era causar um morticínio num show de esquerda para culpar a esquerda (!!). A ideia de jerico não deu certo por imperícia no manuseio do detonador e BUM!! – Matou quem a conduzia, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, e feriu gravemente um segundo terrorista, o capitão Wilson Dias Machado, ambos militares (da ativa) do Exército. Ambos “inocentados” num inquérito ridículo que sujou para sempre o nome de outro oficial, Job Santana, escalado para a missão de dizer que a dupla de terroristas não era terrorista.

Em 1968
, o Capitão Sérgio Miranda, um dos fundadores do Para-Sar, denunciou um plano terrorista armado pelo brigadeiro João Paulo Burnier. O objetivo dos terroristas era explodir o Gasômetro do Rio de Janeiro e, no embalo do pânico causado, assassinar 40 lideranças oposicionistas, colocando a culpa de tudo nos “comunistas”. O plano fracassou por conta do gesto de grande coragem do Capitão (com maiúscula) Sérgio “Macaco”, apoiado por depoimentos de 37 outros militares. Por evitar a tragédia, esse herói de verdade (e não um mito covarde) foi punido, afastado da Aeronáutica e morreu, em 1994, sem ter os seus direitos – concedidos pela Anistia – reconhecidos.

Toda atenção é pouca
, pois quem se elegeu presidente por conta de uma facada pode muito bem armar outra cocó ainda mais ousada para se reeleger. Por falar nisso, o “atentado” em 2018 foi acontecido no dia 6 de setembro, quando uma faca milagrosa furou a atenção de todos os “profissionais altamente treinados” que faziam a segurança do mito. E é para 7 de setembro a movimentação detectada pelos serviços de inteligência...

Veja: Bolsonaro, os militares e a democracia https://bit.ly/3NwQssg

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