REAGINDO
À INDÚSTRIA DE MENTIRAS
O Tribunal Superior Eleitoral, finalmente, deu um freio de
arrumação na bagunça promovida pela indústria de fake News. Estão sendo
investigadas 47 pessoas suspeitas por produção e distribuição de notícias
falsas e foram desmonetizados quatro canais no Youtube, entre esses uma coisa chamada
de “Brasil Paralelo”. Carlucho, o “vereador federal”, foi intimado a depor.
Hillary Clinton, quando candidata à Casa Branca, tornou-se a
primeira grande vítima desse modelo de mentiras industrializadas. “Nos Estados
Unidos em 2016 foram 50 milhões de perfis invadidos, a partir dos quais
localizaram-se as mensagens com potencial de engajamento de pessoas e grupos em
prol de um posicionamento político de extrema-direita” (Le Monde Diplomatique).
A candidata democrata foi caluniada de todas as formas, até como sendo ligada a
redes de prostituição.
Le Monde Diplomatique, em reportagem de Arthur Sinaque
Bez, em 25/10/2018, esclarece que “uma tal Cambridge Analytica, [criada em
2013] chefiada por um tal Steve Bannon, especializados em coletar dados de
contas do Facebook, criar e difundir conteúdos via Whatsapp no intuito de
manipular eleições nacionais”, se propunha a promover “programas de mudança
comportamental” em países de todo o mundo, por meio de “operações psicológicas
que visam uma dominância informativa”. Operações ilegais, assinale-se.
Em 4 de agosto de 2018, no Twitter, o notório Dudu
Bananinha (depois anunciado pelo pai para embaixador nos Estados Unidos, o que
deu chabu), tornou pública uma conversa sua com Steve Bannon: “estamos
certamente em contato para unir forças, especialmente contra o marxismo
cultural”. Na campanha daquele ano, segundo a Folha de São Paulo, realizaram-se
disparos robóticos de material caluniador para “centenas de milhares de grupos
de Whatsapp pró-Bolsonaro, gastando mais de R$ 12 milhões sem que nenhum
centavo fosse declarado ao TSE”. Naquele ano, Carlucho assumiu o comando da
campanha digital do pai.
Carlos B., vulgo Carlucho, agora intimado, é apontado, desde 2018, como o
comandante da indústria de fake news que marca a propaganda do pai. Seria ele o
líder do jogo baixo. Mas o que esperar de um político que, ainda menor de 18
anos, foi capaz de destruir a carreira da própria mãe? Esses posicionamentos do
TSE poderiam ter acontecido mais cedo, mas mesmo com atraso, merecem todos os
aplausos! E que as investigações sigam adiante! [Ilustração: Aroeira]
Leia também: Fake news sobre urnas,
pesquisas e TSE dominam retórica da mentira https://bit.ly/3BQHoup
Nenhum comentário:
Postar um comentário