SABOTANDO A EDUCAÇÃO
Uma grande fuleragem é o que Jair está fazendo com a educação
pública no Brasil. O finado Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo e expoente
da ignorância pomposa, dizia que “estudante tá lá na universidade só pra fumar
maconha e fazer suruba. Movimento social é o c*” (entrevista à Rádio Gaúcha, em
2017). Seu discípulo, o pachola ocupante do Planalto, está dando sequência
prática ao projeto de liquidar o ensino superior público brasileiro.
Em 31 de agosto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou ao
Congresso sua proposta orçamentária para o próximo ano, peça cheia de cortes e
de leitura propositalmente confusa. Entre as tesouradas dadas pelo “posto
Ipiranga” se identificaram logo cortes na área das políticas públicas para as
mulheres (não por coincidência, as pesquisas as indicavam como setor de maior
rejeição ao mito) e na área da educação. Mas sem detalhes.
No dia 22 de setembro, uma semana antes da votação do
primeiro turno, o governo federal anunciou o bloqueio adicional de R$ 2,6
bilhões no Orçamento de 2022, mas procurou esconder quais as áreas seriam
sacaneadas. Após isso, no dia 30, numa edição extra e noturna, para cumprir os
ritos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a equipe do Jair publicou o que seria
o detalhamento dos cortes contidos no bloqueio divulgado oito dias antes.
Porém, tão confusa é essa publicação que especialistas no tema tiveram muita
dificuldade de decifrar o quanto será subtraído e de onde.
No dia 5 de outubro, o setor educacional sentiu a facada nas costas.
Universidades e Institutos Federais, ao checarem os recursos a receber,
perceberam que suas carteiras haviam sido batidas. Pelas contas das reitorias,
teriam sido tungados R$ 2,4 bilhões do orçado para este ano. O impacto imediato
na educação federal seria de R$ 328,5 milhões, que somados ao contingenciamento
anterior, representam menos R$ 763 milhões para as despesas em curso.
Segundo o site SCC10 (SBT), a Instituição Fiscal Independente, do
Senado, confirma que “a Educação é a área mais penalizada pelos bloqueios de
recursos em 2022 para o cumprimento do teto de gastos. A pasta continua com R$
3,001 bilhões do Orçamento deste ano indisponíveis para serem utilizados em
despesas discricionárias, como custeio e investimento”.
É a sabotagem bolsonarista contra a educação superior pública, em
prenúncio da brutalização total do sistema caso Jair vença a eleição.
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