O
Brasil precisa aprender com o tempo
Domínio e um
grande número de finalizações não significam sempre muitas chances de gol
Tostão,
Folha de S. Paulo
Nesta quarta-feira (12), começa a decisão da Copa do Brasil.
O empate, fora de casa, é ótimo para o Flamengo. Se o Corinthians vencer, o que
é comum quando atua em casa, mesmo jogando mal, pode gerar uma intranquilidade
ao Flamengo, no Maracanã.
O Flamengo vai, certamente, manter a escalação e a maneira de
jogar. O Corinthians tem
opções. Uma é a mais habitual, a de atuar com um trio no meio-campo, com um
volante mais centralizado, recuado, e um meio-campista de cada lado, para
defender e atacar, além de um jogador em cada ponta e de um centroavante. Outra
alternativa é escalar dois volantes em linha, mais marcadores, com Renato
Augusto à frente dos dois, para armar as jogadas.
Uma opção diferente e que pode surpreender é deslocar o ponta
rápido da direita para a esquerda, para confrontar e marcar os avanços de
Rodinei. Róger Guedes atuaria
mais livre, mais centralizado e mais perto de Yuri Alberto, como um segundo
atacante, onde é mais decisivo.
Enquanto a Copa do Brasil pega fogo, o Brasileirão já está praticamente decidido. A disputa será para vagas na Libertadores e para fugir do rebaixamento. O Inter, vice-líder, tem me impressionado pela maneira eficiente de defender e de atacar e pela presença de alguns bons jogadores que não estavam na temporada anterior, como Pedro Henrique e Alemão.
Mano Menezes, quando era técnico da seleção brasileira e fazia
um bom trabalho, foi trocado por Felipão, antes da Copa de 2014. O então
presidente da CBF, José Maria Marín, contratou
também Parreira para ser diretor técnico, dois campeões do mundo. A saída de
Mano foi mais por causas políticas, comerciais e de marketing do que técnicas.
Investidores, parceiros da CBF e marqueteiros estavam preocupados com o pouco
prestígio da seleção. Queriam um técnico experiente, campeão do mundo, capaz de
sacudir o torcedor, como Felipão, que já tinha feito o mesmo em Portugal, antes
da Eurocopa de 2008.
Quem não vai bem no Brasileirão é o Atlético-MG. Já há
torcedores com saudades do Turco Mohamed. Após o empate por 0 a 0 com o Ceará,
Cuca disse que o time tem jogado tão bem quanto no ano passado, mas que agora a
bola não tem entrado. Não é bem assim. Repito, pela milésima vez, domínio da
partida e um grande número de finalizações não significam sempre muitas chances
de gol. E também o contrário, uma equipe pode ter inúmeras chances de gol mesmo
sem finalizar.
Pulo para a seleção. Tite,
em uma entrevista, dias atrás, ao jornalista Luciano Trindade, da Folha, disse que mais ou menos 20 jogadores estão
certos para a Copa. Penso que seriam: Alisson, Ederson, Weverton, Thiago Silva,
Marquinhos, Militão, Danilo, Alex Sandro, Casemiro, Fred, Fabinho, Bruno
Guimarães, Paquetá, Neymar, Raphinha, Vinícius Júnior, Antony, Rodrygo, Gabriel
Jesus e Richarlison.
Perguntado sobre a derrota para a Bélgica, em 2018, Tite falou
que o Brasil foi melhor e que criou mais chances de gol. É verdade, mas o time
pressionou porque perdia a partida e precisava reagir.
Após a Copa, o treinador belga confirmou que a escalação do
centroavante Lukaku na ponta direita foi a mesma estratégia usada pelo México,
dias antes, contra o Brasil, quando os mexicanos perderam vários gols. Miranda
foi atuar na lateral, já que Marcelo era quase um ponta, abrindo grandes
espaços pelo meio. A diferença é que o México não tinha jogadores com a
qualidade individual de Lukaku e de De Bruyne. O Brasil
precisa aprender com o tempo. [Ilustração: Aldemir Martins]
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