Incômodas verdades de
um boquirroto
Luciano Siqueira
Não é a primeira vez e jamais será a última que o atual presidente da República, capitão da reserva Jair Messias Bolsonaro, fala verdades incomodas e, em seguida, tenta desmentir o que disse.
Isso depois de ter
amargado alguns processos judiciais justamente por ter dito e não ter negado,
que não estupraria uma deputada porque não via nela atrativos ou que indivíduos
afrodescendentes seriam pesados em arrobas, numa referência a bois de corte.
Claro que ele mente
muito. Fiel aos ensinamentos do finado Olavo de Carvalho, trafega numa
realidade paralela e tenta impor conceitos e versões sobre os acontecimentos
sob todos os aspectos falsos, mas como se fossem verdadeiros.
Sim, mente.
Mas também fala a
verdade em alguns momentos, inclusive em entrevistas durante as quais se vê compelido
a relatar suas experiências pessoais, por todos os títulos condenáveis, e
quando repercutem negativamente busca desdizê-las.
Caso agora dessa
entrevista em que ele disse ter rolado "um clima" ao se aproximar de
jovens adolescentes de origem venezuelana numa comunidade nos arredores de
Brasília, salvo engano.
Daí a pecha de
pedófilo foram poucos minutos, tamanha a repercussão negativa da maldita (para
ele) afirmação.
Sabe-se lá que
diagnóstico psiquiátrico está a merecer o governante de extrema direita. Mas,
no mínimo, trata-se de um boquirroto contumaz, que frequentemente escorrega em
areias movediças e enlameadas, por sua própria conta e risco.
O risco imediato é se
frustrar em sua tentativa de reeleição. [Ilustração: Aroeira]
Leia também: Duas
razões da vantagem de Lula no debate da Band, ontem https://bit.ly/3VvNuJA
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