Polarização persistente
Luciano Siqueira
O conflito entre opostos, com forte expressão na opinião pública, constatada em pesquisas, tem base numa polarização real, objetiva, na base sociedade.
Estudos como o realizado pelo World Inequality Lab (Laboratório das Desigualdades Mundiais), indicam que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo.
Aqui os 10% mais ricos ganham quase 59% da renda nacional total.
A expressão subjetiva disso rebate na existência de polos radicalmente opostos na percepção da realidade.
É natural, digamos assim.
E para acirrar o confronto entre os dois opostos, a onda direitista que se expressa mundialmente apimenta o fenômeno mediante uso da comunicação digital tão inescrupuloso quanto eficiente, na exploração dos sentimentos mais primitivos do indivíduo.
Caldo de cultura onde prosperam o ódio e a intolerância.
É a chamada guerra cultural encetada pelo que veio a se caracterizar como bolsonarismo.
A última pesquisa Datafolha dá conta disso, sugerindo que a sociedade brasileira segue basicamente dividida quase que ao meio entre os 30% que se situam de modo algo difuso à esquerda e os 25% que prosseguem se considerando direitistas.
Um outro desenho social e político menos polarizado demanda tempo e requer redução substancial da extrema diferença social objetiva e evolução do cenário político em favor dos segmentos que se situam no campo democrático e progressista.
É o que buscamos através do pretendido êxito do governo Lula.
[Ilustração: Humberto]
A gangorra dos Três Poderes https://bit.ly/3GO5IzU
Nenhum comentário:
Postar um comentário