Impasse programático na França
Luciano Siqueira
Tenho transcrito aqui no blog matérias que circulam na imprensa internacional e no portal Vermelho a propósito da situação política na França. Nenhuma delas satisfatoriamente esclarecedoras.
Como assim?
Eu me refiro a elementos essenciais programáticos de uma conjugação de forças que respalde um novo primeiro-ministro.
Salvo o compromisso da Nova Frente de Esquerda (bloco de forças em que o o outrora poderoso Partido Comunista é corrente minoritária) de revogar a reforma previdenciária feita por Macron, restaurar a taxação tributária dos super ricos e recuperar o poder de compra da população, formulações outras mais substanciais não têm vindo à tona.
Pode ser que ao se celebrar o acordo de conformação de centro-esquerda ou de uma composição um pouco mais ampla incluindo o partido do presidente Macron um programa, enfim, seja explicitado.
A questão de fundo é a ausência mesmo de alternativas consistentemente formuladas diante da crise francesa, que é parte do declínio da Europa.
Respeitadas as diferenças de cada nação, no conjunto a Comunidade Europeia atravessa período de muitas dificuldades, cujo subproduto mais grave parece ser a perda de direitos e de oportunidade de trabalho e de renda pelas maiorias sociais.
Daí o que se espera é que na montagem da conjugação de forças que dará sustentação ao novo primeiro-ministro venha a ser uma espécie de acordo provisório, que sobreviva pelo próximo ano, período constitucionalmente estabelecido para uma nova dissolução do parlamento.
O nome disso é crise. E o sobrenome é impasse.
Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/07/franca-dilemas-mesa.html
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