Entidades lançam dicas para que população saiba reconhecer e combater boatos
Publicação traz orientações sobre como agir diante de um conteúdo potencialmente falso. Brasileiros têm o pior desempenho na capacidade de identificação de notícias falsas
Priscila Lobregatte/Vermelho
A disseminação de boatos e fake news nas redes sociais e na internet e o envolvimento de parte do público com esses conteúdos, que podem conter uma série de riscos, entidades ligadas à gestão da internet no Brasil elaboraram um material virtual com orientações sobre como a população pode reconhecer conteúdos duvidosos e ajudar a combater sua difusão.
O fascículo sobre boatos, que faz parte da Cartilha de Segurança para Internet, foi produzido pelo o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e pelo o Comitê Gestor da Internet (CGI.br).
A publicação, em formato digital, oferece ao leitor informações simples e diretas sobre as características comuns aos boatos — uma forma mais compreensível de chamar as fake news —, além de dicas sobre o que observar ao se deparar com uma informação potencialmente falsa.
A segunda parte apresenta orientações para evitar a proliferação desse tipo de conteúdo. Conforme aponta o fascículo, “independente do nome recebido, boatos geram desinformação, causam problemas e precisam ser combatidos”.
Cristine Hoepers, gerente do CERT.br, explica que “nem tudo que está na Internet é confiável e muita gente ainda se deixa levar por notícias falsas. No material que acabamos de lançar, reforçamos a importância de ter uma postura inquisitiva, e reunimos elementos para que as pessoas consigam diferenciar mais facilmente um boato de uma informação idônea”.
Para não ser enganado, completa, “é preciso ficar atento e desconfiar, por exemplo, de conteúdos alarmistas ou sem embasamento, especialmente nas redes sociais e aplicativos de mensagens”, complementa Hoepers.
A publicação destaca algumas das características comuns aos boatos ou fake news nas redes e na internet, que facilitam sua identificação. Além dos títulos alarmistas ou apelativos, estão ainda o encaminhamento com frequência; a presença de comentários de reforço; o uso de notícias antigas ou imagens distorcidas e a apresentação de fatos sem evidências ou embasamento.
Dentre as dicas para lidar com esses conteúdos, a publicação destaca usar o bom senso de maneira geral, além de desconfiar e analisar informações que circulam em redes sociais e demais plataformas; ir direto à fonte da notícia; conferir a data da notícia e dos fatos; não se deixar levar pelo título da notícia, já que os boatos costumam apelar para títulos e imagens sensacionalistas, entre outros.
A segunda parte do fascículo destaca a necessidade de que cada usuário ajude a combater o problema, informando-se por meio de outras pessoas e meios de comunicação; orientando pessoas a não compartilharem boatos; denunciando contas falsas e protegendo suas contas de acesso.
Público vulnerável
Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva feita neste ano, 90% da população brasileira admite ter acreditado em conteúdos falsos. Mesmo assim, 62% confiam na própria capacidade de diferenciar informações falsas e verdadeiras em um conteúdo.
Por outro lado, o Brasil foi o país com o pior desempenho em uma pesquisa que mediu a capacidade das pessoas em identificar notícias falsas, realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com pouco mais de 40 mil pessoas, em 21 países.
De acordo com o levantamento, a percepção geral foi de que 60% das pessoas conseguem distinguir o que é informação verdadeira e falsa. No Brasil, essa média ficou em 54%. A Austrália foi o país com maior habilidade em identificar falsos conteúdos, com quase 90% de sucesso.
Para acessar a cartilha, clique aqui.
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