22 julho 2024

Minha opinião: ouvir e falar

A força do gesto 

Luciano Siqueira 

Uma senhora muito simples, ativista do movimento popular em Olinda, escreveu ao presidente Lula lhe fazendo um convite. 

Recebeu de volta correspondência devidamente protocolada, assinada por um funcionário do Palácio do Planalto, que respondeu em nome do presidente da República. 

O suficiente para que a missivista se sinta extremamente honrada e grata pela atenção recebida. 

E divulga a sua emoção para centenas dos seus amigos e companheiros e companheiras de luta através do WhatsApp. 

Evidente que o próprio Lula jamais teria condições de examinar uma a uma as milhares de correspondências que lhe chegam cotidianamente. 

Mas ter funcionários qualificados para respondê-las é um gesto de atenção que conta. 

Numa dimensão bem menor, obviamente, quando vice-prefeito do Recife tornei público o número do meu celular pessoal, o único que sempre usei, disponibilizando-me a receber pessoalmente mensagens de habitantes da cidade desejosos de expressar sua opinião sobre a nossa gestão, críticas, sugestões e considerações de qualquer ordem. 

Funcionou. 

Diariamente, recebia entre 16 a 17 e, às vezes, quase 30 mensagens, outros dias bem menos.

A todas eu respondia com uma breve mensagem em áudio, indicando quem da minha assessoria entraria em contato para tratar do assunto em tela.

As pessoas de pronto me respondiam, ainda pelo WhatsApp, agradecendo pela atenção. 

Gestos que se repetem até hoje, pois meu número é o mesmo e permanece a confiança das pessoas que, mesmo conscientes de que já não faço parte da gestão pública municipal, de alguma forma eu as ouvirei e, conforme o caso, encaminharei o assunto através do gabinete da vereadora Cida Pedrosa, de cuja equipe faço parte.

Moral da história: por mais complexa e exigente que seja a luta política, a atenção individual às pessoas que nos abordam é indispensável. A troca mutua de opiniões e sentimentos há que fazer parte sempre. O gesto sincero conta.


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