Plano Brasileiro de Inteligência Artificial é avanço histórico para o País
Após quatro meses de debates e estudos, proposta foi aprovada no Conselho em reunião presidida pela ministra Luciana Santos
André Cintra/Vermelho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta terça-feira (30) a proposta do 1º Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). A entrega ocorre durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília.
O texto é um avanço histórico do País, que, sob o governo Bolsonaro, ignorou por completo um tema tão estratégico quanto a inteligência artificial. Já Lula, ciente da dimensão e da complexidade dessa pauta, Lula encarregou o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia de preparar a minuta de um plano nacional.
Após quatro meses de debates e estudos, a proposta foi aprovada no Conselho nesta segunda-feira (29), em reunião presidida pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. A consolidação da proposta foi o ponto culminante de um processo que teve mais de 30 reuniões bilaterais, mobilizando representantes de 117 instituições públicas, privadas e da sociedade civil. Os 38 documentos recebidos pelo CCT no período incluíam mais de 300 sugestões.
“O presidente pediu este plano em março deste ano e pediu que a gente apresentasse na Conferência”, afirmou Luciana. “Foi um processo muito participativo, com mais de 300 pessoas, muitas oficinas, conversas bilaterais com a iniciativa privada, especialistas, sociedade civil organizada, procurando fazer uma sinergia do ecossistema na direção de cuidar para que o Brasil possa garantir sua autonomia, sua soberania.”
Dividido em eixos (Infraestrutura e Desenvolvimento de IA; Difusão, Formação e Capacitação em IA; IA para Melhoria dos Serviços Públicos; IA para Inovação Empresarial; e Apoio ao Processo Regulatório e de Governança da IA), o PBIA tem cinco diretrizes:
- Transformar a vida dos brasileiros por meio de inovações sustentáveis e inclusivas baseadas em Inteligência Artificial.
- Equipar o Brasil de infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento, incluindo um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, alimentada por energias renováveis.
- Desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossa diversidade cultural, social e linguística, para fortalecer a soberania em IA.
- Formar, capacitar e requalificar pessoas em IA em grande escala para valorizar o trabalhador e suprir a alta demanda por profissionais qualificados.
- Promover o protagonismo global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.
Segundo Luciana Santos, a proposta acerta ao levar em conta tanto os prós quanto os contras da inteligência artificial. “Este é um debate estratégico, que impacta diretamente as cadeias econômicas no mundo e no Brasil”, analisa. “Ao mesmo tempo que a inteligência artificial tem riscos, ela traz muitas oportunidades.”
Para o secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes, o PBIA é um projeto “simultaneamente audacioso, robusto, responsável e realista”. Por isso, “houve um endosso entusiasmado” à proposta do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Para viabilizar o plano, estão previstos investimentos da ordem de R$ 23 bilhões.
“Chegamos agora, em julho, com a elaboração desse plano de forma participativa, com todos reconhecendo a solidez da proposta desse tema que é crucial para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou o gestor. “A proposta do PBIA será apresentada ao presidente Lula, que dará desdobramentos a esse plano para robustecê-lo ainda mais para que se torne um plano do governo brasileiro”,
Veja: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/12/ciencia-tecnologia-palavra-de-luis.html
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