Um troco bem dado, mas ainda tem muita torna a devolver
Enio Lins
ANTES TARDE DO QUE NUNCA! - assim vaticina a filosofia popular. Depois de, pelo menos,10 anos apanhando mais que pandeiro de chegança nas redes sociais, as esquerdas e demais forças democráticas, estão conseguindo reagir com sucesso no cyberespaço. Uma saraivada de memes tem tirado o sossego do conservadorismo. Diz-nos o Google que “meme” vem do grego “minema” (imitação) e refere-se a “conteúdos digitais, geralmente humorísticos, que se espalham rapidamente pela internet”.
DESDE 2015, o pau canta pesado no lombo das canhotas e, especialmente, sobre o PT. A extrema-direita no geral, e as gangues bolsonaristas no particular, nadaram de braçada – ou voaram em céu de brigadeiro (termo castrense, mais do agrado do gado) durante uma década. Esquerdistas e democratas seguiram sob agressão durante o período Temer, quadro radicalizado nos tristes tempos do capitão de milícias, e a pancadaria continuou por dois anos e meio no atual governo Lula, até há pouco. Os memes direitistas têm como marcas registradas o banditismo digital, o abuso no uso da mentira deslavada e a baixaria desbragada – a tal ponto que alguns dos expoentes nesse mister se homiziaram no exterior para fugir aos muitos processos por calúnia, difamação, injúria, e crimes semelhantes.
REINALDO AZEVEDO, um dos maiores analistas brasileiros, corretamente, afirmou, que, durante todo esse tempo de intensa agressividade digital direitista, as TVs abertas, assim como os demais veículos da chamada “grande mídia” esqueceram-se de se posicionar. Acrescente-se que, entre 2015 e 2016, telejornais dos mais assistidos deixaram vazar áudios (no fundo das reportagens, como trilha sonora) com grupos de ativistas de direita gritando, em coro, “Dilma, vá tomar no cu!” e coisas do tipo, todas veiculadas em horário nobre. Tudo em nome da libertinagem de expressão. Recentemente, esse silêncio da “grande mídia” foi quebrado quando as forças democráticas passaram a contraofensiva e detonaram a extrema-direita com uma sequência de memes muito bem-produzidos. Postagens que estão conquistando uma expressiva parcela do público internauta – e sem lançar mão de uma mentira sequer, nem mesmo usando imagens de outrem. Acusando a pancada, passaram eles a pedir “moderação”.
MODERADOS SÃO OS MEMES em veiculação. Estão muito aquém do quanto a extrema-direita merece. Memes bem-educados, sem bazófias nem virulências verbais ou visuais – entretanto – vão fundo nos problemas abordados, fazem denúncias irrebatíveis centradas em fatos e em posicionamentos públicos e notórios. Estão focados em questões do momento, e miram exclusivamente determinados alvos, como no caso da injustiça tributária brasileira (histórica), através da recente rasteira dada pelo Congresso na maioria do povo brasileiro nos casos do IOF e da isenção de Imposto de Renda para quem ganha menos de R$ 5 mil. Na mosca! Sem desperdiçar munição.
EXTREMA-DIREITA NOCAUTEADA? De forma alguma! A concentração de recursos, o uso absoluto de fake news, a gigantesca desenvoltura no submundo cibernético, e outras desqualidades, ainda são atributos poderosos à destra. Os gabinetes do ódio seguem cheios de gás, endinheirados, e equipados até os dentes. Essa contraofensiva em cartaz é apenas uma reação, e das mais modestas, a um mal gigantesco que contamina metade do eleitorado brasileiro. Memes não alteram a correlação de forças nem no Congresso nem na sociedade, tão-somente assinalam uma mudança de atitude, com os agredidos assumindo uma autodefesa mais incisiva, e conquistando alteração importante na percepção da opinião pública. Ainda tem muito chão pela frente. Agora é seguir nesse caminho, pois a luta está apenas recomeçand o. E sobre os temas dos memes? Os visitaremos nos próximos capítulos, um a um.
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