Pandemia aumenta as dúvidas e incertezas
No futebol e na vida, tudo está indefinido
Tostão, Folha de São
Paulo
Se a vida é feita de dúvidas —só os ignorantes sabem tudo—,
imagine a incerteza sobre essa pandemia, causada por um vírus agressivo, invisível e
traiçoeiro. Por outro lado, tudo o que acontece hoje no Brasil, com o aumento
do número de infectados e de mortos, foi antecipado pelos
especialistas, no início da tragédia, que poderia ocorrer.
Em
todo o mundo, na comparação entre cidades, estados e países próximos, quem
realizou um isolamento social bem feito, desde o início da epidemia, como Belo
Horizonte, reduziu o tamanho da
tragédia.
Apesar
do enorme conhecimento da ciência médica, tudo está indefinido. Quando haverá uma vacina
segura e eficiente? Quando será o pico da
doença em cada cidade, estado ou país? As datas mudam a cada
semana. É obrigatório ter um pico? Quando voltarão as aulas?
As crianças e os pais estão impacientes. De quanto será o rombo, a queda, da
economia? Certamente, todos perderemos.
Quando tudo voltará à normalidade ou ao novo normal? Teremos
grandes transformações no mundo e nas pessoas? Os otimistas dizem que o ser
humano será melhor, mais solidário, enquanto os pessimistas falam que aumentará
a depressão e o niilismo, a descrença absoluta em tudo.
O
ateu e realista Freud disse que as pessoas só se tornam mais felizes quando
compreendem e aceitam a finitude humana, a transitoriedade das coisas.
Será
que os governantes brasileiros, enfim, vão perceber que já vivíamos outra
tragédia, a da miséria, com quase metade da população vivendo em lugares sem
saneamento básico?
Isso
contribui demais para o avanço da epidemia.
Quando
voltarão as partidas de futebol? Teremos jogos com público até o fim do ano?
Ninguém sabe. Dizem que, pelo novo normal, os jogadores serão proibidos de se
abraçar após o gol e que todos jogarão de máscara, com o escudo do clube, para
não haver trocas quando as duas caírem ao chão ao mesmo tempo.
Quando
poderei viajar, ir ao cinema, ao teatro, a restaurantes? Quando irei, aos
sábados, à Savassi, escutar música ao vivo, tomar uma bebida e me encontrar com
alguns companheiros?
Quando
darei um beijo e um abraço apertado em meus filhos, meus netos e em todas as
pessoas queridas? O tempo é incerto.
Quando
será a estreia da seleção brasileira nas eliminatórias? Há dúvidas. Daniel
Alves fez, dias atrás, 37 anos. Ele estará na próxima Copa? Ninguém sabe. Terá
39, perto dos 40. Se já tivesse 40 na época do Mundial, certamente, não iria,
pelo policiamento e pelo preconceito de que, com 40 anos, somente na pelada de
domingo.
Para
substituir Daniel Alves, se for necessário, prefiro Rafinha, pelo que joga no
Flamengo e pelo que jogou no Bayern. Apesar de ter sido reserva por muito tempo
no time alemão, sempre que entrava, jogava bem. Com Guardiola, o craque Lahm,
lateral direito, passou a jogar no meio-campo, e Rafinha virou titular.
Na
seleção brasileira, Daniel Alves pode jogar também no meio-campo, como faz no
São Paulo. As posições e funções estão próximas, já que, na seleção, ele é
também um armador pela direita, mais aberto. As coisas mudam se ele tiver de
marcar um ponta veloz e driblador.
Lahm
era mais completo, pois era excepcional na marcação e no apoio. Nunca o vi
deixar um grande espaço em seu setor nem errar um passe mais fácil. Possuía uma
excepcional técnica. Já Daniel Alves se destacou mais pela habilidade e pela
criatividade. Quem é melhor? Não sei.
Fique
sabendo https://bit.ly/2Yt4W6l
Leia mais https://bit.ly/2Jl5xwF
Nenhum comentário:
Postar um comentário