O vírus, o verme e a praga
José Luis Simões*
Os vírus são seres invisíveis a olho nu, organismos acelulares,
microscópicos, mas historicamente sempre foram grandes inimigos da humanidade.
A história das pandemias e epidemias mostra a ferocidade dos vírus contra as
vidas humanas. E contra os vírus a principal arma criada pela humanidade foi a
Ciência.
A maioria dos vermes são visíveis. Alguns tipos de vermes
fazem mal aos humanos, mas nem todos. É preciso tomar cuidado com as
aparências. Há vermes que são “bonitinhos”, que tem carisma e que até fazem
promessas de acabar com a praga da corrupção. Há vermes de todos os tamanhos e
que gostam de habitar ambientes diversos, desde esgotos, passeando por
galerias, subindo rampas e até morando em palácios. Os vermes costumam enganar,
se esconder nas fissuras e fugir das luzes. Há vermes que dependem da
ignorância para sobreviver e parasitar. Para vencer os vermes que prejudicam as
pessoas é preciso conhecer o comportamento, acompanhar o trajeto por onde
passam e usar o antídoto necessário.
As pragas são infestações de espécies nocivas de vírus,
vermes, insetos, ratos e outros seres vivos que prejudicam a agricultura e
disputam território com os humanos, atacando-nos, pela força numérica, na luta
pela sobrevivência. Só para se ter uma ideia da grande ocorrência de pragas, no
Brasil foram detectadas 35 novas pragas que prejudicaram a agricultura nos
últimos 10 anos.
Há o episódio bíblico das pragas do Egito, lançadas por Deus
para castigar o despotismo do faraó. Colin Humpheys, físico inglês, escreveu o
livro “Os milagres do êxodo”, e nesta obra ele associa as dez pragas do Egito a
fenômenos naturais. Em suma, as pragas fazem parte da natureza.
No Brasil há um verme que defende o vírus e lança uma nova
praga: ignorância e destempero. O verme ainda desafia a Ciência e prescreve
cloroquina. Para vencer um verme dessa espécie o vermífugo necessário é a
liberdade de imprensa, o conhecimento, a boa política, a releitura dos livros
de história e o fortalecimento da democracia.
*José Luís Simões,
professor do Centro de Educação/UFPE
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