08 maio 2020

No limite


Indicadores dramáticos
O jornal O Globo de hoje registra informações do IBGE reveladoras da fragilidade do sistema público de saúde (e também do sistema privado), incapaz de fazer frente às pressões da pandemia do novo coronavírus (como observo em meu canal no YouTube https://bit.ly/2xMyoth).
No momento em que o coronavírus avança para as periferias, o número de leitos do SUS nas cinco capitais mais afetadas chama a atenção. São Paulo, Rio e Fortaleza, que lideram o ranking de casos e óbitos, não passaram da marca de dez leitos a cada 100 mil habitantes. A capital paulista, com população de 12,2 milhões, tem 3.504 ao todo, dos quais 1.226 no SUS. No Rio, são 515 leitos públicos em um universo de 2.517 unidades.
Há várias regiões com mais de 200 mil habitantes que não têm leito de UTI. No Ceará, a cidade vizinha a Fortaleza é Caucaia. São 360 mil habitantes e nenhum leito de UTI. No estado do Rio, Belford Roxo tem mais de meio milhão de habitantes e também não conta com sequer um leito de terapia intensiva.
No sistema público, as estatísticas mais confortáveis são as de Recife — 992 leitos, dos quais 460 do SUS. A cidade, no entanto, já registra 3.069 casos e 337 óbitos. Os dados de leitos não levam em conta os hospitais de campanha, mas trazem um amplo panorama.
Manaus tem 291 leitos de UTI, incluindo privados. É o equivalente a 11 a cada 100 mil habitantes. A OMS recomenda que haja de dez a 30. Se analisados os números estaduais, incluindo SUS e setor privado, o DF lidera o ranking nacional, com 30 leitos por 100 mil habitantes, mas é apenas o 14º mais afetado do país, segundo o Ministério da Saúde. O Rio de Janeiro, que já está com o sistema saturado, aparece em segundo, com 25 leitos por 100 mil habitantes. São Paulo, Pernambuco e Ceará têm, respectivamente, 19, 16 e 9 leitos a cada 100 mil habitantes. O Amazonas, que vive uma situação dramática, tem apenas sete. Roraima é o estado menos assistido, com quatro leitos de UTI a cada 100 mil habitantes.
O tempo de recuperação dos doentes, que gira em torno de duas semanas, é um dos principais desafios. Na prática, cada leito só pode ser ocupado por dois pacientes ao mês.

Fique sabendo https://bit.ly/2Yt4W6l


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