Cena política
furta-cor
Luciano Siqueira
A instabilidade marca a sociedade brasileira em todas as suas dimensões. Com boa dose de imprevisibilidade.
Há a premência de solução para uma
crise multifacetada que corrói o tecido social. Especialmente a danosa
combinação entre estagnação das atividades produtivas, inflação, carestia,
desemprego e queda do consumo.
Ao que se acrescenta um traço
permanente de ameaças às instituições adivinhas do presidente da República e
seus acólitos.
Tudo isso se reflete na cena política,
no que concerne aos preparativos para o pleito de 2022, envolvendo mais de 30
siglas partidárias de diferenciado poder de fogo.
Daí um desenho furta-cor da cena
política: nem tudo que aparenta na verdade é....
Além disso, há uma vertente que, em
certa medida, concorre com o poder de atração das pré-candidaturas à
presidência da República no momento consignadas. São os arranjos entre os
partidos em busca de posições mais sólidas e estáveis no próximo parlamento, em
contraposição à dispersão hoje reinante.
Merecem atenção a fusão entre o PSL e o
DEM, que de imediato resultará na maior bancada na Câmara dos Deputados; e o exercício
do instituto da federação partidária, recém-aprovado pelo Congresso.
No que diz respeito aos projetos
eleitorais visando Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados, uma das
vertentes dinâmicas do comportamento dos diversos atores na cena política,
teremos ainda pela frente alguns meses para que as composições possam se
concretizar.
E no meio do caminho tem a disputa por
governos estaduais, igualmente importantes num país da dimensão do Brasil e de
um padrão de política regional extremamente diversificado.
Nesse contexto, existe
"garantia" de que perdurará a polarização Lula versos Bolsonaro? A
tal terceira via é mesmo inviável? Ciro Gomes tem alguma chance de crescer ou
permanecerá isolado e a questionar Deus e o mundo?
No campo que podemos caracterizar como
popular, hoje representado em apenas um quinto na Câmara e talvez menos que
isso no Senado, a concretização da federação pode talvez reunir um conglomerado
partidário capaz de conquistar parcela expressiva do eleitorado.
Na construção das alianças, olhar o
tudo e os detalhes com argúcia e paciência é essencial.
Em outras palavras, não cabem
conclusões precipitadas. O que parece ser hoje talvez não continue sendo daqui
até abril vindouro.
Não deixemos nos confundir pela
profusão de especulações quase conclusivas que permeia o noticiário
midiático.
Como dizia Miguel Arraes, nós os
fazedores da política é que somos a notícia e não as especulações de colunistas
e afins...
..
Veja: Quem semeia o caos colhe o quê? https://youtu.be/yLfPBPiRBik
Nenhum comentário:
Postar um comentário