Ambiguidade
Chico de Assis*
A lágrima
seca
congelou em
meu rosto
o fim de uma
alegria que não houve
porque seria
infinda.
O travo da
tristeza
imobiliza
meu corpo
enquanto o
gosto amargo
inunda minha
boca.
A tarde
crepuscular
vai-se
impondo
aos olhos
que perdem
o brilho e
pedem auxílio.
A ansiedade
se estabelece
e preenche o
espaço inútil
de uma mesa
em conversa
tosca e
fútil.
Tu assistes
a tudo
triunfante e
bela
em tua
mortal
e
crudelíssima indiferença.
Eu percebo
confuso
que mais uma
vez
(a última
vez?)
confundí
aceno e posse.
[Ilustração: Pablo Picasso]
*Advogado,
poetaVeja: A poesia em seus lugares e cores https://bit.ly/3BKdwhd
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