03 fevereiro 2022

Juntar quem com quem?

Não será o juízo final

Luciano Siqueira, no portal Vermelho

 

Com quem o povo brasileiro precisa acertar as contas nas eleições presidenciais deste ano? Obviamente, com o presidente Jair Bolsonaro e a extrema direita alojada no poder.

Quem representará o povo nessa empreitada, com chances reais de vitória, provavelmente será Lula.

Lula pertence ao PT, situado à esquerda. Partidos de esquerda tendem a apoiá-lo.

Uma frente de esquerda será suficiente para alcançar a vitória?

Certamente não.

Então, parece óbvia a necessidade de se construir alianças muito amplas, tanto quanto possível.

Ou seja, em torno de uma plataforma comum, juntar todos aqueles que, no campo democrático, hoje se opõem a Bolsonaro.

Isso implica juntar inclusive ex-adversários.

Mas aí surgem vozes barulhentas querendo demarcar diferenças, tentando impor uma espécie de "passaporte de imunidade ideológica" precisamente como argumento para rejeitar apoios. 

Uma espécie de juízo final onde muitos terão que ser julgados antes de uma improvável autorização para lutarem ao nosso lado.

Imagine isso num conflito militar em que facções do exército adversário, por diversas razões, se tornassem dissidentes e se oferecessem para se juntarem às nossas forças no combate ao inimigo comum; e nós as rejeitássemos: "Retornem ao seu exército de origem e atirem contra nós!"

Alguém conhece na história da humanidade algum exemplo em que tamanha estreiteza tenha conduzido forças populares à vitória?

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Onde a luta encontra a poesia e se expressa em imagens https://bit.ly/3E95Juz

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