Fake news cotidianas do presidente
Luciano Siqueira
Indesejável rotina. Incrível.
Revoltante.
As semanas se sucedem e toda
segunda-feira a cena política brasileira põe em pauta diatribes do presidente
da República.
O país afunda a cada dia em crise multifacetada
— que tem a sua base estrutural aguçada pelo desgoverno.
Ontem o capitão-presidente deu
sequência às suas denúncias infundadas a propósito do sistema eleitoral de
urnas eletrônicas.
Falando para grupos majoritariamente
evangélicos conservadores, repetiu que no pleito presidencial passado teria
havido interferência de hackers, de modo a impedir a sua eleição já no primeiro
turno.
Mais uma vez, nenhuma prova apresentou.
Também voltou a se referir a uma
fantasmagórica sala secreta, onde o TSE promove a validação final da apuração
dos votos.
Não há sequer uma sala que pudesse
parecer secreta.
Veja: Bolsonaro
age como derrotado https://bit.ly/3wzziDL
O epíteto moderno para mentira
deslavada é fake news.
Parlamentares têm sido duramente punidos
pela prática de fake news.
O presidente da República também não
poderia ser punido pelo mesmo motivo?
Em tese, juridicamente, sim. Poderia
até ser impedido de se candidatar às eleições de outubro.
Porém provavelmente isto seria um estopim
para o golpe pretendido pelo presidente com suposto apoio de parcelas de
comandantes militares na ativa.
Trata-se, portanto, de um combate a ser
travado, dia a dia, embandeirado pela resistência democrática.
[Ilustração: Aroeira]
Programa de Lula em
debate https://bit.ly/3trR3UK
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