12 outubro 2022

Uma crônica (minha) de leve

Dia das crianças desde quando?

Luciano Siqueira

 

Confesso que ao longo da vida guardo uma relação, se não de desconfiança, de certo resguardo em relação a comemorações.

A minha timidez pesa. Sobretudo quando se trata do meu próprio aniversário: na festa, nas poucas vezes que houve ao longo da minha vida, estar ali como figura central sempre me inibiu.

Mas nunca me escapou da memória o dia em que eu fiz quatro anos de idade, em nossa casa na Rua Olinto Meira, em Natal.

Não me recordo se teve bolo e convidados. Ficou daquele dia, inesquecível, o par de sapatos pretos de bico quadrado que ganhei dos meus pais. 

Agora, o Dia das Crianças creio que só entrou na agenda familiar a partir do nascimento das duas filhas, Neguinha e Tuca.

(A preguiça me inibe de procurar agora no Google desde quando a data é comemorada. Mas na minha infância, tenho certeza, nunca foi).

As meninas cresceram, se tornaram adultas, profissionais competentes e respeitadas. Mas permanece a imagem delas na infância.

Depois vieram os netos. Aí, sim: sempre pela iniciativa de Luci, a avó apaixonada, os três, cada um a seu tempo, tiveram a data celebrada, devidamente presenteados.

Hoje só Alice, 9 anos, ainda recebe presentes.

Jogada de marketing comercial ou não, nesse tempo sombrio de pandemia e ameaças neofascistas, vale comemorar a data e tantas outras que ensejem um laivo que seja de alegria coletiva.

Leia também: Com que roupa? https://bit.ly/3mYNkKy

Um comentário:

Anônimo disse...

Feliz Dia das Crianças! Acolher a criança que está dentro de nós é possível e necessário!