Assédio digital
Luciano Siqueira
Habituei-me a comprar pela internet, sobretudo livros. Eletrodomésticos também.
Mas não aguento o bombardeio digital que vem em seguida.
Acabei de adquirir o refil do purificador de água. A toda hora que abro o meu e-mail encontro um sem número de ofertas de outros produtos da mesma marca.
E assim tem sido sempre.
Uma chatice!
Assédio digital, que devia ser tipificado em lei como invasão de privacidade.
Pior do que aquele vendedor da loja do shopping, que basta você se aproximar da vitrine o cara já está lhe oferecendo o que você não pediu nem lhe interessa.
Ponto negativo para loja.
Quero ter o meu direito de escolha sem interferência de ninguém, salvo quando preciso esclarecer algo sobre algum produto.
Como nesse fim de ano aqui em casa precisamos de alguns produtos de uso doméstico, e os compramos por via digital, se abro um e-mail aparece uma profusão de ofertas!
Algo parecido através do WhatsApp.
Só por pirraça, anoto o nome das empresas que me enchem o saco — no firme propósito de romper com elas meus laços de consumo.
E adoto um truque: vou ao Google e consulto livrarias acerca de títulos e autores e gêneros diversos — poesia, contos, crônicas, romances e obras políticas e teóricas de cunho marxista.
Não demora muito, panelas, fogões, refrigeradores e fornos micro-ondas cedem lugar aos mais diversos títulos da literatura, da política e da teoria econômica.
Menos mal.
E ainda me resta uma ponta de prazer por ter enganado os algoritmos.
Com quantos paus se faz uma jangada? https://bit.ly/3Ye45TD
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