26 janeiro 2024

Indústria naval

BNDES investirá R$ 2 bilhões na construção naval

Fomento à “economia azul” tem incentivos para a indústria naval e medidas de sustentabilidade, como a descarbonização da frota naval
Murilo da Silva/Vermelho


 

Na quarta-feira (24), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou a iniciativa BNDES Azul que visa potencializar a indústria naval brasileira ao passo que desenvolve medidas sustentáveis para a área marinha nacional.

A expectativa é de que os investimentos alcancem R$ 2 bilhões. A medida faz parte da missão 6 da Nova Indústria Brasil (NIB), que prevê “adensar as cadeias da indústria de defesa, segurança, naval e aeroespacial, em particular em tecnologias de base micro e nanoeletrônica”.

“Os interesses que estão nos oceanos, especialmente para um país com 8,5 mil quilômetros de costa, são decisivos para o futuro. O evento retoma uma agenda estratégica, colocando o mar de volta no centro das preocupações”, falou Mercadante.

Leia tambémLula assina decretos para estimular conteúdo local em obras do Novo PAC

“Nossa expectativa é de R$ 2 bi para construção naval por meio do Fundo da Marinha Mercante (FMM), gerido pelo BNDES. Estamos convocando a Marinha, os pesquisadores e os institutos para desenvolver navios com tecnologia de energia renovável, que é o futuro da navegação. A partir de 2030, haverá multa entre US$ 50 a US$ 500 por tonelada para embarcações sem combustível sustentável. Os países que não se atualizarem perderão competitividade internacional. Temos de sair na frente, nos antecipar: o Brasil tem etanol e biocombustível para ser líder na renovação da frota marítima”, completou.

O programa BNDES Azul tem quatro eixos de atuação:

  • Planejamento Espacial Marinho (PEM) da costa brasileira;
  • incentivos à inovação e descarbonização da frota naval;
  • estímulo à infraestrutura portuária;
  • apoio a projetos de recursos hídricos via Fundo Clima.

Na ocasião do anúncio, Mercadante assinou o contrato para o Planejamento Espacial Marinho da Região Sul, pelo qual a empresa Codex Remote, selecionada por edital, fará o estudo técnico e mapeamento dos usos atuais e potenciais do ambiente marinho da região Sul, local que concentra cinco dos dez principais portos do Brasil. Serão investidos R$ 7 milhões não reembolsáveis no projeto com duração de 36 meses. Além disso foi lançado o edital do Planejamento Espacial Marinho para a região Sudeste, com financiamento de R$ 12 milhões em recursos não reembolsáveis.

Ainda foi anunciado R$ 19 milhões não reembolsáveis para a Marinha desenvolver pesquisas em planejamento espacial no oceano.

Os anúncios sobre o programa de “economia azul” tiveram a participação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos.

Santos destacou as iniciativas do MCTI dentro da “economia azul” como o Programa Ciência no Mar, de gestão da ciência brasileira em águas oceânicas, e o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO).

“O espaço marinho brasileiro está intensamente utilizado por atividades como navegação, pesca, turismo, exploração de petróleo e gás e, recentemente, pelo potencial de instalação de parques eólicos no mar, em um processo de transição energética, um dos eixos fundamentais da nossa reindustrialização […] é urgente a construção de um planejamento integrado e participativo que dê subsídios aos tomadores de decisões, gerando um desenvolvimento sustentável e socialmente justo da nossa área marinha sob jurisdição nacional”, afirmou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação.

*Com informações BNDES e MCTI

Cartas à mesa https://bit.ly/3Ye45TD

Nenhum comentário: