08 setembro 2024

Enio Lins opina

Falando sobre a liberdade de opinião e expressão, e notícias falsas
Enio Lins  

Localiza-se nos Estados Unidos da América um dos cenários mais educativos sobre essa falácia da “liberdade (absoluta) de opinião” e invulnerabilidade das redes sociais frente a quaisquer formas de “censura”, teses em alta no Brasil especialmente nesses tempos em que o STF aplica, mui corretamente, as leis vigentes brasileiras sobre o X do ultra-hiper-multimilionário sul-africano/canadense/americano Elon Musk. A realidade estadunidense mostra cabalmente a hipocrisia desse raciocínio que tentam aplicar por aqui.

CASO KREMLIN X CASA BRANCA

Está a pleno vapor em solo norte-americano uma série de ações frontalmente contrárias ao “princípio do livre direito de expressão”. Essas iniciativas, lá, têm como alvo empresas russas, ou tidas como simpatizantes do Kremlin pelas autoridades da Casa Branca. Sobre isso, diz-nos a BBC, em reportagem postada, de Washington DC, anteontem: “Os Estados Unidos acusaram e impuseram sanções a executivos dos meios de comunicação estatais russos e restringiram as emissoras ligadas ao Kremlin, ao afirmarem que Moscou faz uma campanha generalizada para interferir nas eleições presidenciais deste ano. Os departamentos de Justiça, Estado e Tesouro anunciaram ações coordenadas na quarta-feira para ‘combater agressivamente’ as supostas operações”. O procurador-geral americano Merrick Garland acusou a empresa RT (ex-Russia Today ) de criar e distribuir fake news ao público estadunidense.

OBJETIVOS ESCUSOS

Segue a BBC: “A chefe da RT, Margarita Simonyan, foi uma das 10 pessoas que sofreram sanções por supostas tentativas de prejudicar a ‘confiança pública em nossas instituições’. A RT negou envolvimento. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que o programa da Rússia visa ‘reduzir o apoio internacional à Ucrânia, reforçar políticas e interesses pró-Rússia e influenciar os eleitores aqui nos EUA’. Enquanto isso, um funcionário do Tesouro disse que a RT e outros meios de comunicação estatais russos se envolveram em uma ‘campanha nefasta para recrutar secretamente influenciadores americanos involuntariamente em apoio à sua atividade maligna’". Onde está a “liberdade de opinião”, “livre comunicação”, tão veementemente defendida?

PUNIÇÕES AMERICANAS

Segue a BBC, listando meia dúzia entre as sanções aplicadas até agora pelas autoridades estadunidenses: “1) Acusar dois gestores da RT baseados em Moscou – Kostiantyn Kalashnikov, 31[anos], e Elena Afanasyeva, 27 [anos] – de pagarem criadores de conteúdos em solo americano para ‘bombearem propaganda e desinformação pró-Rússia’ para o público norte-americano; 2) Sancionar duas entidades e 10 pessoas, incluindo Simonyan, editora-chefe da RT, ‘atividades que visam deteriorar a confiança do público em nossas instituições’; 3)Restrição de vistos para funcionários de meios de comunicação apoiados pelo Kremlin; 4) Apreensão de 32 nomes de domínio da Internet usados para ‘promover secretamente narrativas falsas geradas por IA’ visando dados demográficos e regiões específica s dos EUA nas redes sociais; 5) Designar a Rossiya Segodnya e cinco das suas subsidiárias (RIA Novosti, RT, TV-Novosti, Ruptly e Sputnik) como ‘missões estrangeiras’, exigindo que reportem informações sobre o seu pessoal ao governo dos EUA; 6) Oferecendo [sic] uma recompensa de US$ 10 milhões por informações sobre hackers associados ao grupo russo Russian Angry Hackers Did It (RaHDit)”. Uau!
Eita, acabou o espaço na página... e ainda tem muito mais informações importante na matéria da British Broadcasting Corporation. Voltaremos ao tema.

Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/09/editorial-do-vermelho.html

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