Os guardiões
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
O “Mercado” financeiro
global adquiriu tamanha força que é espetacularmente desproporcional ao
conjunto das instituições que compõem o espectro das sociedades. Mais que isso,
ele possui hoje a capacidade de capturar para os seus interesses concretos o próprio
Estado nacional.
Essa realidade não se restringe às nações
emergentes, mas também aos aparelhos dos Estados nas sociedades mais
desenvolvidas, aquelas que estão situadas acima da linha do Equador cuja
referência marítima é o Atlântico Norte.
Mas é uma tremenda falácia a tese do
desaparecimento do Estado-nação, uma formulação associada à ideia do “Fim da
História”.
Tese de Francis Fukuyama, um obscuro acadêmico
nipo-americano, que do dia para a noite, financiado pelo Departamento de Estado
norte-americano, alcançou notoriedade porque suas falsas conclusões serviram
como uma luva aos interesses expansionistas dos EUA, ao tempo que era a
apologia que faltava à supremacia do Mercado global.
Com o fim da bipolarização geopolítica mundial
deu-se extraordinária centralização, concentração do capital, especialmente o
parasitário, tanto como a consolidação da hegemonia unipolar do Estado
norte-americano como instância imperialista sem precedentes.
Daí é possível afirmar que não existe supremacia
dos interesses do “Mercado” financeiro parasitário dissociado dos objetivos
estratégicos dos Estados Unidos e um seleto grupo de Países aliados, mas em
plano subalterno aos EUA.
Nessas décadas de interesses convergentes, imbricados,
formou-se um imenso exército de intelectuais e “especialistas” cuja função
central tem sido criar “consensos” para respaldar essas duas “divindades” via
grande mídia hegemônica, parte inseparável de uma “governança mundial”.
Com a realidade do Brics, o relativo declínio
imperial dos EUA, a prolongada crise capitalista, o “consenso” imposto através
das ideias, finanças e armas transformou-se em dissenso, conflitos entre a
velha ordem e os novos protagonistas.
É o que explica a função da grande mídia
hegemônica, que deixou de ser “imprensa”, mesmo tendenciosa e elitista, para se
tornar guardiã da Velha Ordem Mundial substituindo até os setores de oposição
no Brasil. Cabe ao povo brasileiro a lucidez da luta em defesa do País, da
democracia, e o protagonismo de nação solidária no cenário mundial.
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Nenhum comentário:
Postar um comentário