Além dos limites
Eduardo
Bomfim, no portal Vermelho
Em 1999 dois coronéis da nova geração de militares
chineses, Qiao Liang e Wang Xiangsui publicaram o livro: A Guerra Além dos
Limites. Conjecturas sobre a Guerra e a Tática na era da Globalização.
Em
substancial ensaio sobre arte militar, questões financeiras, tecnológicas,
geopolíticas, eles dizem que a primeira regra do que consideram como Guerra
Irrestrita é a de que não existem regras, nada é proibido.
Desde
os grandes ataques especulativos financeiros, considerados por eles como
capazes de efeitos devastadores equivalentes aos maiores conflitos militares da
era contemporânea, à “fabricação” de guerras regionais cujos fins são a posse
das riquezas naturais, espaços geomilitares.
Nesses
16 anos do século XXI as opiniões dos analistas chineses mostraram-se
acertadas, e mais, os instrumentos da “Guerra sem limites” aperfeiçoam-se na
medida em que as inovações tecnológicas avançaram.
Mas o
caminho bélico continua a determinar a conquista das riquezas em disputa. É o
que acontece, por exemplo, com o que já é possível chamar a estratégica Batalha
da Síria.
Ali a
velha Ordem encontra-se atolada em uma junção de fatores catastróficos tendo
que enfrentar a sofisticada capacidade militar russa, que defende o Estado
Sírio e seu governo contra grupos fanáticos terroristas, dos quais os EUA e
aliados perderam as rédeas, acontecendo atentados como os de Paris.
Além
de uma vaga de centenas de milhares de refugiados rumo à Europa fugindo dos
conflitos movidos pelo controle de riquezas naturais, geopolíticos, no Oriente
Médio e África.
Mesmo
longe do principal teatro de operações, o Brasil, que faz parte dos Brics,
também tem sido atingido pela Guerra sem Limites via sistemática campanha de
desconstrução da sua autoestima, identidade cultural, institucional,
fragmentação social.
O
País vem sendo empurrado através de meticulosa, difusa tempestade midiática, na
tentativa de uma conflagração interna com vistas a se impor um novo tipo de
Estado de exceção.
Para que
quando anêmico, convulsionado, dividido, fragilizado, fiquem expostas suas
riquezas naturais, integridade territorial.
Assim,
é essencial defender os valores democráticos, a soberania nacional, a
legitimidade do governo Dilma, as instituições republicanas, e melhor
assimilarmos os fenômenos globais dos novos tempos.
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