Entender a luta de classes no atual contexto
Sobre esse tema, “a luta de classes”, os marxistas têm profundos
conhecimentos. O Manifesto do Partido Comunista elaborado por Marx 1848 extrai
da realidade as duas classes fundamentais e antagônicas do capitalismo. Com
clareza e base científica, Marx e Engels apresentam a estratégia do
proletariado, a importância de um partido político de classe, na luta pela
hegemonia do Estado.
Alexandre Alves e Wellington Lima Lustosa (*)
Muito se tem estudado o processo da subjetividade das lutas entre essas
duas classes. A luta revolucionária perdeu o ímpeto, a URSS declinou assim como
o leste europeu. As criticas e avaliações não se tem unidade teórica e muito
menos científica. Vê-se, claramente, o quão é complexo para a esquerda tirar
ensinamentos táticos e estratégicos de acumulação de forças mais sólido, mais
perene, buscando uma unidade política para o enfrentamento ao problema central,
neste caso o crescimento das forças reacionárias na América Latina. O exemplo
do processo revolucionário na Rússia nos mostra que a mobilização de diferentes
classes e linhas de pensamento para enfrentar o domínio czarista além do
vertiginoso crescimento do partido Bolchevique entre os proletariados russo
foram fundamentais para o êxito da revolução.
Trago essa problemática à tona pelo revés que o campo democrático e
popular vem passando historicamente na Europa e na América Latina. Destacaria a
pressão do imperialismo no México, a ofensiva golpista na Nicarágua e mais
recentemente o Brasil, onde a direita tenta a todo o custo implantar um golpe
no ainda jovem processo democrático brasileiro criando uma série de ritos e
factoides para operar um processo de impeachment sem nenhum embasamento
jurídico; a Argentina com a vitória de Macri, encerrando um ciclo progressista
implantado no país desde 2003; e a Venezuela, onde as forças reacionárias do
país jogam com o problema da crise econômica que impulsionou a queda no preço
do petróleo com uma forte pressão midiática na tentativa de enfraquecer o
governo de Nicolás Maduro, conseguindo êxito nas eleições para o parlamento do
país em 2015.
As forças mais à esquerda não conseguem se firmar enquanto alternativa
consistente das massas, mesmo dentro de parâmetros aquém dos valores
revolucionários. A vitória das forças progressistas na América Latina desde a
eleição de Lula em 2002 não significou um processo de elevação do nível de
consciência das classes trabalhadores, nem muito menos avançou para uma vitória
mais profunda, assumindo o poder econômico e cultural nestes países.
Há um vácuo, falta elos ou peças desse quebra cabeça. No processo
histórico das lutas de classes onde a maioria, substancialmente explorada,
submetida às opressões mais vinis e pressões psicológicas, o proletariado tem
extremas dificuldades, consciente ou não de se colocar, de se apresentar e ou
se comportar como classe em si.
A economia capitalista, em suas etapas de produção do capital, com seus
métodos eficazes, inteligentes, foi criando corpo, musculatura, em suas
diferentes matrizes estruturais, de tal maneira que seu liberalismo financeiro
e cultural introduziu na sociedade mecanismo de adesão comportamental
obscurantista, de caminhar com irreverência, numa ilusão de democracia, de
liberdade contagiosa, cujas consequências dos atos são mais voltados para a
satisfação e dos desejos pessoais de consumo, do belo, do agradável, do
preconceito, da competição mesquinha, da expressividade pessoal, desalojando o
espírito de gratidão, de solidariedade coletiva.
Trabalhada por uma minoria pela estrutura do estrutura do Estado, por
uma cultura imposta , pelos instrumentos de comunicação, a grande maioria adere
simplesmente numa fisiologia externa, senso comum. Não sou nenhum teórico, ou
mesmo estudioso sobre o tema, longe de mim estar a inventar a roda, mas, tenho
me perguntado sobre essa questão. As formações dos parlamentos são em sua
maioria de direita, há o ressurgimento do neofascismo, procuro resposta, não
acabada, mais dialética que a esquerda consequente fundamente categorias
capazes de delinear caminhos e acúmulos de forças mais resistente, táticas e
estratégias que sucintas reflexões de classes.
Penso, que essa questão de entendimento da complexidade ou da
subjetividade da luta de classes pela esquerda precisa ser pesquisada,
analisada, tirar elementos, parâmetros, sob fundamentos de transições
dialéticas do contraponto do capitalismos e suas estruturas de suporte, escola,
culturas, religiões, as lutas economicistas, movimentos sociais, meios de
comunicações, a política, a natureza do Estado, etc., levando em considerações
as particularidades de cada cultura, de cada povo.
Mas, no entanto, há uma questão comum entre eles : são governos
democráticos, direcionado as grandes massas populares, na inclusão social, no
progresso nacional independente mesmo sobre pressão e interferência externa,
aliando-se internacionalmente a estados com essa natureza e espírito de
propósitos comuns desenvolvimentistas, a exemplo de Brasil, Argentina,
Venezuela, Bolívia, Uruguai, Equador, Peru e o Chile com certa particularidade,
mais que se projeta no caminho democrático progressista.
Os elementos subjetivos dos desejos, da satisfação, do melhor em todas
as instancias é comum à natureza humana, e sem dúvida essa é a nossa bandeira,
uma sociedade avançada, democrática, desenvolvida, justa socialmente.
Companheiros, companheiras este texto tem a pretensão de chamar vocês a
desenvolver, a contribuir com seu pensamento analítico do pensamento
progressista, avançado sobre o tema título deste texto.
(*) Alexandre Alves e
Wellington Lima Lustosa são militantes e dirigentes do PCdoB Olinda.
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