Apocalípticos e integrados
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
O mundo
literário lamenta o falecimento do grande pensador italiano Umberto Eco
(1932-2016) e ao mesmo tempo celebra a rica produção intelectual de homem
lúcido no mundo ocidental e dos tempos contemporâneos.
Especializado
em filosofia, semiologista, medievalista, autor de vários tratados, obras de
ficção de repercussão, Umberto Eco também foi, de várias maneiras, um crítico e
ensaísta sobre a globalização, a matriz neoliberal e a ideologia dominante no
atual período Histórico que vivenciamos.
Autor de O
Nome da Rosa e o Pêndulo de Foucault, entre vários best-sellers, lançou em 2015
outro livro polêmico, Número Zero, uma narrativa ácida sobre o atual papel da
grande mídia hegemônica global.
Com
Apocalípticos e Integrados (1964) traça uma crítica à grande mídia mergulhada
numa visão elitista e nostálgica da cultura, ao tempo em que numa atitude
cúmplice divulga os produtos culturais ocultando o modo como são produzidos.
Em Número Zero
mostra como a chantagem política seria o motor de um jornal que jamais seria
publicado, mas sua edição experimental era o próprio mote de uma sórdida trama
que, embora ficcional, correspondeu, de fato, à vida política italiana no final
do século XX.
Para um dos seus personagens, essa grande mídia não é feita para revelar mas para encobrir as notícias que interessam aos grupos oligarcas que em última instância ditam as regras na sociedade.
As reflexões de Eco têm valor universal já que a preponderância das forças do Mercado financeiro, das corporações legais, ou mais ou menos subterrâneas, continuam dando as linhas editoriais da mídia hegemônica.
É o que acontece no Brasil, e na América Latina, quando os mesmos atores arquitetam o retorno econômico para a via ultraliberal e o democrático rumo a um Estado de Exceção.
Sob a idealização de que a retomada da democracia por si só resolveria os nossos grandes problemas, o País procura agora, imerso em substancial crise institucional, o norte que afirme um projeto nacional de desenvolvimento estratégico, as grandes reformas sociais inadiáveis, o Estado de Direito indeclinável, a soberania ameaçada.
Assim, nessa peleja não há uma terceira via. Ou se está com o progresso social, a autonomia nacional, ou, de um jeito ou de outro, alinha-se com o retrocesso econômico e institucional.
Para um dos seus personagens, essa grande mídia não é feita para revelar mas para encobrir as notícias que interessam aos grupos oligarcas que em última instância ditam as regras na sociedade.
As reflexões de Eco têm valor universal já que a preponderância das forças do Mercado financeiro, das corporações legais, ou mais ou menos subterrâneas, continuam dando as linhas editoriais da mídia hegemônica.
É o que acontece no Brasil, e na América Latina, quando os mesmos atores arquitetam o retorno econômico para a via ultraliberal e o democrático rumo a um Estado de Exceção.
Sob a idealização de que a retomada da democracia por si só resolveria os nossos grandes problemas, o País procura agora, imerso em substancial crise institucional, o norte que afirme um projeto nacional de desenvolvimento estratégico, as grandes reformas sociais inadiáveis, o Estado de Direito indeclinável, a soberania ameaçada.
Assim, nessa peleja não há uma terceira via. Ou se está com o progresso social, a autonomia nacional, ou, de um jeito ou de outro, alinha-se com o retrocesso econômico e institucional.
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