Especialistas em economia, matemática,
engenharia e computação analisaram a metodologia que o governo usou para
justificar a Reforma da Previdência. Eis a conclusão: os números fornecidos não
apenas contrariam as políticas econômicas traçadas pelo próprio Ministério da
Fazenda – como a PEC do Teto de Gastos e a Lei da Terceirização – como também
se chocam com princípios básicos de matemática financeira e de estatística.
Leia mais http://migre.me/wuj3W
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
30 abril 2017
Uma crônica para descontrair
Que coisa, não?
Rafaele
Ribeiro (Rafinha)
Antes de ontem, um amigo me presenteou com o livro de
Matheus, o neto de sete anos, que escreve contos. Achei muito bacana. Fiquei
encantada com a desenvoltura de Matheus e, sobretudo, a criatividade em suas
estórias. Eram coisas do cotidiano, mas o menino descrevia com maestria sobre
sua família, amigos, cachorro, escola...
Foi aí,
que me veio à mente meus tempos na alfabetização. Hoje muita coisa mudou, mas
no início dos anos 90, o aluno começava com a pré-escola e em seguida, a
alfabetização, nessa, só se passava de ano aprendendo a ler. E, graças a Deus,
aprendi.
Assim
como Matheus, também escrevia minhas estórias, a pedido de tia Edna, minha professora
da primeira série.
Ela era
alta (pra mim), magra, cabelos pretos e curtos, olhos negros e sobre eles
repousavam os óculos pequenos que combinavam com todo seu perfil "mignon".
Ah,
chamávamos os professores de "tios e tias". É uma forma carinhosa.
Não sei se acham errado hoje em dia esse método de ensino. Mas eu sempre adorei
todas as minhas “tias".
Saímos
tão pequeninos do conforto de casa. Substituímos parte do dia em que só existia
painho, mainha, vovô e vovó por Professor Fulano, ou, na minha época, tia Edna.
Tia
Edna era o prolongamento da minha casa. Chamá-la de tia me confortava!
Bom,
vez outra, ela nos pedia para desenvolvermos algum tema, claro que não era uma
redação de 50 linhas. Eram poucas linhas, sobre algum esboço falado na aula.
Todas as vezes que terminava minha estória, eu colocava no final a expressão “que
coisa, não?"
Sempre
fui uma criança tímida e nunca gostei de dar trabalho. Morria de medo de ser
chamada atenção, até porque, se isso acontecesse, também, seria chamada em
casa. Minha mãe vivia na minha escola sondando sobre mim e meu irmão.
Uma
vez, tia Edna, enquanto corrigia as redações, me chamou à mesa dela. Fiquei tão
nervosa! Acreditei que ela ia me dar alguma bronca porque nunca tinha sido
chamada para ir ao birô. E me lembro bem dessa sensação, uma angústia tomou
conta de mim. Lembro porque foi a minha primeira Professora. Aquela que foi a
primeira extensão da minha educação, digo “extensão” porque recebia em casa,
lá, minha ”tia”, complementava.
Pois
bem, ela estava curiosa sobre o porquê, nos finais do texto, eu usava a expressão
“que coisa, não?" Eu respondi, quase chorando, que não sabia. Ela me
acalmou, falou que era só uma curiosidade e que não estava me criticando por
isso. Eu compreendi. Me acalmei. Sentei.
Realmente,
até hoje não faço idéia de onde veio essa expressão e o que me levou a
colocá-la nos finais dos textos. Que coisa, não?
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Trajetória
Nascido Antonio Carlos Gomes Bechior Fontenelle Fernandes,
Belchior chegou aos 70 anos, completados em 2016, como um ídolo e mito do país.
Não há brasileiro que não tenha sido tocado por suas canções. Leia mais http://migre.me/wxl63
Sem trabalho
A
partir deste início de maio, terminados os campeonatos estaduais, cerca de
quatrocentos clubes de futebol dispensarão os seus elencos porque não terão
mais competições a jogar. Triste vida da maioria dos jogadores de futebol no
Brasil.
A força de Lula
Pesquisa
Datafolha divulgada neste domingo (30) reforça os resultados já anunciados
recentemente pelas pesquisas Ibope e CUT/Vox Populi: mesmo com o massacre
midiático que vem sofrendo nas últimas semanas, Lula só cresce e é o favorito
entre os brasileiros para assumir a Presidência da República em 2018. Leias mais
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Belchior, presente!
Triste pela morte,
ontem, de Belchior – um ícone da MPB, extraordinário letrista, perspicaz
cronista urbano, republico aqui uma crônica bem humorada para amenizar a
saudade.
Eu e Belchior
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Não o conheço pessoalmente, ele
certamente jamais ouviu falar de mim. Igual acontece entre celebridades e
pessoas quase que limitadas ao seu círculo de amizades.
Mas no instante em que se celebram os setenta
anos do cearense Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, tenho
cá o que registrar das minhas "relações pessoais" com ele.
Belchior, um dos mais marcantes poetas
e compositores da música popular brasileira - um mestre da crônica
musicada, arrisco dizer – consta em muitas passagens do meu diário, ao longo
dos anos.
Primeiro, pelas canções que se destacam
em sua obra.
Depois, ocorre que, em paralelo ao meu
alumbramento com as suas letras quilométricas e sua original narrativa musical,
fui tido por muita gente como seu irmão gêmeo.
É que nos anos 80, eu ainda exibia
cabelos e bigode pretos e muita gente identificava semelhança física entre mim
e ele. E tinha mesmo.
E era frequentemente inquirido sobre
isso. A ponto de me permitir a pachorra de anotar num cartão que mantinha no
bolso, em pequenos riscos sucessivos e um transversal a cada cinco, uma a uma
às pessoas que me abordavam .
Parei quando já chegava a uns cinquenta
e tantos!
Na Maternidade Barros Lima, zona norte
do Recife, onde fui dar plantão na área de pediatria, funcionários e pacientes
logo espalharam a boa notícia de que um irmão do autor de "Como nossos
pais" e "Apenas um rapaz latino-americano" trabalhava no
hospital.
Pior: eu mesmo contribuí para a
disseminação do boato.
Numa das primeiras noites de trabalho,
ao jantar no refeitório do hospital, a turma da cozinha se envolveu numa polêmica
acesa cujo motivo era justamente a divisão entre os que tinham como verdadeiro
meu parentesco com Belchior e os que tinham dúvida.
Até que uma das cozinheiras criou
coragem e, como quem não quer nada, me perguntou se eu conhecia um certo cantor
do Ceará. De pronto respondi:
- Claro, sou irmão do Belchior!
- Logo vi, o senhor é a cara dele!,
gritou uma que lavava os pratos.
Parecia uma comemoração de Copa do
Mundo, uma algazarra imensa. E tome perguntas sobre o cantor famoso, se eu
também gostava de música, se sabia cantar e por aí em diante.
De nada adiantou eu dizer que se
tratava de uma brincadeira, o estrago estava feito.
- Eu entendo, doutor. Ser irmão de
gente famosa deve lhe incomodar muito – disse o rapaz da limpeza, um dos mais
entusiasmados com a boa nova.
- Mas deve ser muito bom ter uma pessoa
importante na família, né? – completou a que me fizera pergunta.
E assim vivi ali uns dois anos às
voltas com o assunto.
Atendia uma criança no ambulatório,
depois o pai ou a mãe me sapecava a pergunta inevitável:
- O senhor tem visto seu irmão?
De modo que os anos se passaram e creio
que, em Casa Amarela e adjacências, ainda deva haver quem se lembre que
trabalhou ali o irmão gêmeo do cantor que agora completa seus setenta bem
vividos anos.
Irmão gêmeo, não. Admirador, sim.
Sempre.
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29 abril 2017
Distorção
MÍDIA TENTA ESCONDER O TAMANHO DA
RESISTÊNCIA
Como passar a impressão de que a greve geral e as manifestações de rua de ontem não tiveram o peso que realmente tiveram — que pode, inclusive, impulsionar a resistência ao governo Temer e criar um ambiente favorável a uma ampla conjugação de forças sociais e políticas?
Esta é a embaraçosa tarefa da
grande mídia monopolizada desde ontem à noite e que se traduz no jornais e
sites noticiosos hoje.
Mas, como se costuma dizer, não
se pode tapar o sol com uma peneira.
O fato é que uma imensa parcela
da população toma consciência do verdadeiro sentido do golpe e do caráter
anti-povo e anti-nacional do governo Temer.
E reage.
Daí ser necessário às forças de
oposição e aos movimentos sociais intensificarem as manifestações públicas - de
múltiplas formas e dimensões - e convergirem em torno de uma plataforma de
unidade, fatores decisivos para o êxito. (LS)
Fissuras
O presidente Michel Temer listou cerca de 25 parlamentares que terão seus aliados demitidos de cargos públicos por terem votado contra o governo na proposta de mudança da legislação trabalhista e também por não apoiarem a reforma da Previdência, registra a Folha de S. Paulo.
Tenta deter fissuras em sua base de apoio que tende a crescer sob a pressão das ruas, que se ampliará na esteira da vitoriosa greve geral de ontem.
28 abril 2017
ENERGÚMENO
Segundo um comentarista da Globo News, Temer estaria se
comparando à ex-primeira-ministra britânica Margareth Tatcher, reafirmando sua
decisão de ir em frente nas reformas antipopulares, qualquer que seja a
dimensão da greve geral de hoje.
Tal como Tatcher, Temer se assume como instrumento do sistema financeiro, irredutível no ataque a conquistas e direitos do povo.
Terá um lugar na História - o de despudorado algoz dos trabalhadores.
Um energúmeno.
27 abril 2017
Nesta sexta-feira, nas ruas
As reformas e as ruas
Ponto de clivagem na situação política?
Luciano
Siqueira, no portal Vermelho e no Blog do Renato
Num cenário
geral adverso, sob correlação de forças francamente favorável ao golpismo, a
Câmara dos Deputados aprovou ontem a reforma trabalhista.
Amanhã, em
todo o país, parcelas expressivas do povo irão às ruas para protestar contra
essa reforma e a previdenciária e contra a agenda regressiva de direitos
encetada pelo espúrio governo Temer.
Além dos
direitos fundamentais que agora são subtraídos, ao modo neoliberal da redução
de gastos com gente e expansão da taxa média de lucro em declínio, motivam os
protestos o rápido enfraquecimento das empresas nacionais, o comprometimento de
nossa soberania no concerto das nações e o esgarçamento das instituições
estatais e do processo democrático.
Os jornais
de hoje proclamam a vitória de Temer e do mercado financeiro. Sob protestos,
acrescentam.
Arrisco o
palpite de que a derrota temporária de ontem – que ainda implica luta no Senado
-, e as manifestações de amanhã – uma greve geral como há décadas não vemos –
podem, conjugadamente, traduzir um ponto de clivagem na situação política.
A reforma
trabalhista modifica 117 artigos da CLT. Como resume matéria aqui no
Vermelho, o acordo coletivo prevalecerá sobre a lei e o sindicato não mais
precisará acompanhar o trabalhador na rescisão trabalhista. A contribuição
sindical obrigatória será extinta. Deixa-se de contabilizar como hora
trabalhada o período de deslocamento dos trabalhadores para as empresas, mesmo
que o local do trabalho não seja atendido por transporte público e fique a
cargo da empresa; remunera o teletrabalho por tarefa e não por jornada; permite
jornada de trabalho de até 12 horas seguidas, por 36 de descanso, para várias
categorias hoje regidas por outras normas.
Tais
mudanças de caráter tão prejudicial aos trabalhadores, associadas ao desumano
teor da reforma previdenciária, compromissos firmados por Temer e seu grupo no
processo do golpe que afastou Dilma, se são inarredáveis para o atual governo,
são também verdadeiros tiros no próprio pé.
Resultam em
crescente insatisfação que se dissemina na população, envolvendo segmentos que
permaneceram atônitos e não compreenderam nem resistiram ao golpe e agora
reagem.
Não se deve
subestimar a absoluta discrepância entre a agenda do governo e a realidade
concreta, no mundo e no Brasil. O fracasso é sina de Temer.
Às forças de
oposição cabe combinar a resistência nas ruas com a formulação de uma
plataforma unitária que possa dar conteúdo consistente e encorpar o movimento.
A depender
da dimensão das manifestações desta sexta, um novo momento poderá se inaugurar
no conflito político atual. Inclusive podendo repercutir fortemente para novas
dissensões na chamada base parlamentar aliada do governo, capaz de interromper
adiante, pós exame pelo Senado, a reforma trabalhista e abortar a
previdenciária como se apresenta.
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26 abril 2017
Transportes vão parar
Motoristas e cobradores de ônibus da capital
paulista aprovaram hoje (26) a adesão à greve geral da próxima sexta-feira
(28), contra a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e a terceirização
irrestrita proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB). A categoria vai cruzar
os braços por 24 horas e os trabalhadores pretendem fechar as garagens de todas
as empresas e os terminais municipais. Leia mais http://migre.me/wvSxK
Quem dita o desmonte da CLT
Lobistas de bancos, indústrias e transportes estão por trás das emendas
da reforma trabalhista. Os textos defendem interesses patronais, sem
consenso com trabalhadores, protocolados por 20 deputados como se tivessem sido
elaborados por seus gabinetes. Lobistas de associações empresariais
são os verdadeiros autores de uma em cada três propostas de mudanças
apresentadas por parlamentares na discussão da Reforma Trabalhista. Os textos
defendem interesses patronais, sem consenso com trabalhadores, e foram
protocolados por 20 deputados como
se tivessem sido elaborados por seus gabinetes. Mais da metade dessas propostas
foi incorporada ao texto apoiado pelo Palácio do Planalto e que será votado a
partir de hoje pelo plenário da Câmara. The Intercept Brasil examinou as 850
emendas apresentadas por 82 deputados durante a discussão do projeto na
comissão especial da Reforma Trabalhista. Dessas propostas de
“aperfeiçoamento”, 292 (34,3%) foram integralmente redigidas em computadores de
representantes da Confederação Nacional do Transporte (CNT), da Confederação
Nacional das Instituições Financeiras (CNF), da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) e da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
(NTC&Logística). Leia mais http://migre.me/wvSIe
Professores no dia 28
A Greve Geral na próxima sexta-feira (28) contará
com a paralisação de diversas categorias em todo o país, entre elas os
trabalhadores da rede pública e privada de ensino. Professores e membros de
entidades atuantes na defesa da educação explicam ao Portal Vermelho a
importância de se posicionar contra as Reformas Trabalhista e da Previdência
propostas pelo Governo Temer. Leia mais http://migre.me/wvSBb
Aécio protegido
Gilmar atende Aécio e
suspende depoimento de tucano à PF
Do Jornal do Brasil, no DCM
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
suspendeu um depoimento que seria prestado pelo senador e presidente do PSDB,
Aécio Neves, para a Polícia Federal. A decisão do ministro foi assinada nesta
terça-feira (25), atendendo a um pedido do próprio tucano, que só quer falar
após ter acesso a depoimentos de outras testemunhas já ouvidas no caso.
Relator do inquérito no STF, Gilmar Mendes também aceitou o
pedido de acesso do senador aos depoimentos. Ele refutou argumento da PF de que
o depoimento de Aécio Neves faria parte de uma única diligência policial ainda
não concluída.
“É direito do investigado tomar conhecimento dos depoimentos já
colhidos no curso do inquérito, os quais devem ser imediatamente entranhados
aos autos”, escreveu Mendes, determinando que todos os depoimentos já colhidos
sejam juntados aos autos do processo, que são públicos.
Aécio é investigado por um suposto esquema de corrupção em
Furnas. O doleiro Alberto Yousseff afirmou em delação premiada ter ouvido falar
que o tucano recebia valores mensais, por meio da irmã, de uma das empresas
contratadas por Furnas. O ex-senador Delcídio do Amaral também afirmou em delação
que Aécio recebeu propina em Furnas. o senador nega as acusações.
Desde a abertura do inquérito, em maio de 2016, a Procuradoria
Geral da República (PGR), que conduz as investigações, pede o depoimento de
Aécio, que nunca ocorreu. No mês passado, o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, reiterou o pedido.
Na época da abertura do inquérito, em maio de 2016, o relator,
Gilmar Mendes, chegou a suspender a coleta de provas no caso, pedindo mais
justificativas da PGR para sua continuidade. Depois, a pedido de Janot, o
ministro autorizou o prosseguimento da investigação.
Mendes não marcou nova data para que Aécio seja ouvido.
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Rejeição
Aprovação do governo Temer
despenca e chega a 4%
Portal Vermelho
Pesquisa
realizada pela consultoria Ipsos, mostra mais uma queda da aprovação do governo
ilegítimo de Temer. Em março a aprovação era de 6% e agora é apenas 4%. Já a
rejeição saltou de 62% para 75%. A razão principal é o temor da população com
as consequências negativas das reformas trabalhista e previdenciária.
A nova edição da pesquisa Barômetro Político, realizada pela
consultoria Ipsos, mostra que 75% dos entrevistados classificaram como ruim ou
péssimo o governo Temer e apenas 4% disseram ser um governo ótimo ou bom. É o
pior índice desde que Michel Temer assumiu a Presidência, em maio de 2015. No
último mês, de março, 62% achavam que o governo era ruim ou péssimo – e 6%
achavam que era ótimo ou bom.
A aprovação pessoal a Temer também caiu para 10% dos entrevistados, contra 17% no mês anterior; por outro lado, 87% responderam que desaprovam Temer, enquanto em março eram 78%.
Aumentou, também, a proporção de pessoas que acreditam que o Brasil esteja no rumo errado: 92% dos entrevistados – em março eram 90%.
A enquete foi feita durante a primeira quinzena de abril nas cinco regiões do país e entrevistou 1.200 pessoas. Este foi justamente o período de debate mais intenso sobre as propostas de reforma trabalhista e da Previdência pretendidas pelo governo Temer.
Para Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs e responsável pela pesquisa, a brusca queda de popularidade de Temer – a maior entre os políticos –, se deve principalmente à pauta das reformas, que causa insegurança na população. “Há um temor enorme de perda de direitos e existe percepção grande de que as reformas beneficiam os mais ricos e o governo”, avalia.
“O brasileiro já se sentia desamparado por conta da instabilidade econômica e da crise moral do Brasil. Agora, pelas reformas, se sente inseguro em relação ao futuro. Isso em um contexto em que Temer já tinha uma imagem desfavorável de político tradicional”, afirmou Cersosimo.
A aprovação pessoal a Temer também caiu para 10% dos entrevistados, contra 17% no mês anterior; por outro lado, 87% responderam que desaprovam Temer, enquanto em março eram 78%.
Aumentou, também, a proporção de pessoas que acreditam que o Brasil esteja no rumo errado: 92% dos entrevistados – em março eram 90%.
A enquete foi feita durante a primeira quinzena de abril nas cinco regiões do país e entrevistou 1.200 pessoas. Este foi justamente o período de debate mais intenso sobre as propostas de reforma trabalhista e da Previdência pretendidas pelo governo Temer.
Para Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs e responsável pela pesquisa, a brusca queda de popularidade de Temer – a maior entre os políticos –, se deve principalmente à pauta das reformas, que causa insegurança na população. “Há um temor enorme de perda de direitos e existe percepção grande de que as reformas beneficiam os mais ricos e o governo”, avalia.
“O brasileiro já se sentia desamparado por conta da instabilidade econômica e da crise moral do Brasil. Agora, pelas reformas, se sente inseguro em relação ao futuro. Isso em um contexto em que Temer já tinha uma imagem desfavorável de político tradicional”, afirmou Cersosimo.
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Coerência necessária
Aos governantes,
dois deveres
Luciano Siqueira
Refiro-me a prefeitos de cidades médias e grandes e a
governadores de estado. No caso, os dois deveres são a preservação de relações institucionais
cooperativas com o governo da União; e a fidelidade à linha política e aos
compromissos com os quais tenham conquistado o posto que exercem.
A Constituição guarda distinção e independência entre os
três entes federativos – a União, os estados e os municípios.
O cipoal de dispositivos estruturais e jurídico-formais vigentes,
por outro lado, impõe a interdependência administrativa entre os três entes.
Basta que se tenha em conta, por exemplo, a distribuição do
chamado “bolo tributário”, que concentra recursos na União e resulta na
absoluta necessidade da busca desses recursos pelos estados e municípios como
meio indispensável às ações nos planos estadual e local.
Salvo em situações extremas, relações cordiais entre os
governantes nas três esferas de poder são, portanto, indispensáveis.
O governador Marconi Perillo, de Goiás, no auge da escalada
golpista encetada pelo seu partido, o PSDB, cunhou a expressão “governador não faz
oposição, governador governa”, para justificar suas boas relações com a então presidenta
Dilma Rousseff.
Nem por isso se opôs à linha adotada pelos tucanos, ao modo
da velha UDN, useira e vezeira no desrespeito ao pronunciamento das urnas,
adepta de golpes institucionais.
Caso agora de Temer à testa de um governo espúrio e despido
de credibilidade, pois fruto de um golpe institucional. Mais ainda por adotar
uma agenda regressiva, de cunho neoliberal, em tudo desencontrada das verdadeiras
necessidades e aspirações do povo e da Nação.
Prefeitos e governadores de partidos não comprometidos com o
governo – salvo se tiverem transmutado suas convicções e seus compromissos
fundamentais -, ao lado da convivência institucional, têm o dever da
resistência às proposições de caráter antipopular.
Nada, nem mesmo pressões administrativas de curto prazo,
justificam a cedência essencial e a adoção das concepções do adversário.
Miguel Arraes nos deu um belo exemplo em sua experiência de
mais de cinquenta anos de vida pública, durante os quais três vezes governador
de Pernambuco. Não há registro de nenhuma agressão que tenha cometido contra qualquer
adversário ou eventual aliado, tendo preservado sempre relações respeitosas com
todos.
Mas igualmente não há nenhum exemplo de que tenha, a
qualquer título, se deslocado do seu campo político e se distanciado de sua
base predominantemente popular de apoio.
Um exemplo a ser considerado no conturbado tempo político que
vivemos - com um olhar no presente e outro na História.
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD
Compromisso de classe
"Temer precisa mostrar força na votação das reformas para não perder a confiança do mercado financeiro e do empresariado", diz comentarista da CBN agora cedo.
Realmente. Por isso ataca conquistas e direitos dos trabalhadores.
Ataque ao trabalhador
"Com a reforma trabalhista, o poder do
empregado fica reduzido a pó"
Para pesquisadora de
sociologia do trabalho, a aprovação da reforma trabalhista conduzirá ao aumento
da violência e da desigualdade
CartaCapital
Maria Aparecida da Cruz Bridi, professora
de Sociologia da Universidade Federal do Paraná e membro da Associação
Brasileira de Estudos do Trabalho, afirma que o argumento do governo de que a
reforma serve para gerar empregos é uma falácia, e que essas transformações servem ao empresariado.
"Que nação vamos construir ao
abrir mão da possibilidade de reduzir a desigualdade? O que é uma
sociedade que não visa garantir empregos? Quando
todo um país deixar de acreditar nas instituições, como ocorreu no Espírito
Santo, o que vai acontecer?", questiona a pesquisadora.
Não consigo ver como essas reformas vão
ajudar o trabalhador ou sequer aumentar os empregos. Este é o principal
argumento do governo, mas não passa de uma falácia.
Pode-se constatar empiricamente que o
governo de Lula e Dilma criou muitos empregos sem alterar a CLT, como na
construção civil, que foi um dos setores que mais empregou naquele período em
função de toda a política de fomento da economia sem necessidade de alterar a
lei. O que cria emprego efetivamente é o aquecimento da economia, são as
políticas públicas.
Essas reformas estão muito ligadas ao
empresariado, embora eles não assumam. Querem o desmonte de uma estrutura
organizada desde 1943, e que nunca chegou a alcançar a maioria dos
trabalhadores. O resultado disso só pode ser a institucionalização da
precariedade do mercado de trabalho.
O mais grave é que não foi discutido
com a população. Se essa reforma passar, o negociado se coloca acima do
legislado, e em uma situação de desemprego vai ficar mais difícil para o
trabalhador em condições precárias fazer exigências.
O que estamos vivendo agora é um ataque
ao trabalho, que implica em uma crise do futuro. Parte da população que já se
aposentou está protegida, mas há toda uma gama da juventude que vai acessar um
mercado de trabalho completamente desestruturado e quase com a impossibilidade
de se aposentar.
Para ler a matéria na íntegra clique
aqui http://migre.me/wvAje
A luta segue
A base governista aprovou o desmonte das leis trabalhistas,
mas os destaques, no entanto, foram prejudicados pelo início da Ordem do Dia,
com isso, os embates agora seguem direto para o Plenário da Câmara, que já
iniciará a votação da matéria hoje (26). Em menos de menos de seis
horas, os deputados “discutiram amplamente” o substitutivo de Rogério Marinho
(PSDB-RN) que altera 117 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e
que recebeu 457 novas emendas. Leia mais http://migre.me/wvA4T
Baixo nível
Os pronunciamentos dos deputados em favor da reforma
trabalhista na Comissão Especial da Câmara, ontem, revelam a precariedade da
representação parlamentar governista. Uma mescla de furiosa defesa dos
interesses do patronato e desprezo aos trabalhadores e um enorme desprezo para
com a opinião pública.
A onda cresce
Nas redes e nas ruas – literalmente. Assim vem ganhando
força a Greve Geral marcada para a sexta-feira próxima. As adesões surgem de
amplos e variados segmentos da sociedade brasileira – dos trabalhadores
organizados em sindicatos aos movimentos sociais em geral, intelectuais,
artistas e religiosos. A CNBB cumpre um papel importante na convocação para o
movimento. E nas redes sociais, multiplicam-se em velocidade impar e com muita
criatividade as manifestações de apoio. No dia seguinte, a oposição ao governo
Temer terá ganhado outra dimensão e a resistência às reformas antipopulares um importante
impulso.
25 abril 2017
Contra os pobres
Que país a Reforma da Previdência projeta para meados do
século XXI? Numa perspectiva crítica e de comprometimento social com a
coletividade, o ajuste estrutural na Previdência Social delineado pelo governo
está de costas para o futuro. Responsável por assegurar a renda dos
trabalhadores e de seus dependentes quando da perda da capacidade de trabalho,
o que está por trás da Reforma (Proposta de Emenda Constitucional N° 287) é
retirar o mínimo de justiça social definido pela Constituição Federal de 1988.
Leia mais http://migre.me/wvt7e
Bispos contra a reforma
O secretário
geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil dom Leonardo Steinerd
confirmou a posição do Conselho Permanente da entidade em apoio à Greve Geral
do dia 28 de abril convocada pelas centrais sindicais e apoiada pelos
movimentos sociais. O dirigente da Igreja Católica afirmou também que o
movimento sinaliza que a sociedade que debater a reforma da Previdência. Leia mais
http://migre.me/wvt4K
Quem prova?
Lula sobre Lava Jato:
Mentem e agora estão com dificuldade de provar
Blog do Renato
Em entrevista
concedida à Rádio Cidade, do Rio Grande do Norte, nesta segunda-feira (25), o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre os desdobramentos da
operação Lava Jato. Ele disse que “quem está mais preocupado são as pessoas da
Lava Jato que mentiram e agora estão com dificuldade de provar” as denúncias
contra ele.
Ele lembrou que, desde o início da operação, já invadiram a casa
do ex-presidente, quebraram seus sigilos fiscal e telefônico, devassaram as
conversas com sua família e ainda não encontraram provas. “Se tem um cidadão
nesse país que quer a verdade sou eu. Falo isso de coração aberto, se tem uma
coisa que tenho orgulho foi de aprender com uma mulher nordestina analfabeta o
que é ser pobre e andar de cabeça erguida”, reafirmou.
Lula destacou ainda a perseguição que enfrenta pelas
investigações com delações que, segundo ele, são resultado de pressão para que
seu nome seja citado. Ele usou como exemplo o depoimento do o ex-presidente da
construtora Léo Pinheiro.
“Desde o ano passado que exigem que ele [Léo Pinheiro] fale meu
nome. Parece que aceitaram agora a delação porque ia falar o meu nome. Se está
condenado a 26 anos, 27 anos de prisão, e vê o delator que roubou milhões
devolver alguns milhões e ir viver na beira mar, vê nego morando em casa de
luxo, ele diz: ‘também vou delatar’, e delata até a mãe. Se tem um cidadão
neste país que quer a verdade sou eu”, afirmou. Leia mais http://migre.me/wvmw5
Manipulação dos fatos
Tanto quanto nas outras redes
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
No Estadão, leio conceitos emitidos pelo professor Pail Mihailidis, da Emerson College e diretor da Salzburgo Cademy on Media & Global Change, de Boston, EUA, acerca do cerceamento da boa informação nas redes sociais.
“As redes sociais têm que responder pela polarização que causam”, diz ele. Isto porque as ferramentas de uso na internet geram uma situação que leva as pessoas a viverem em pequenas "bolhas" de informação, nas quais não há espaço para opiniões contrárias.
O que se agrava pela profusão de informações falsas, que circulam sem resistência do público que as recebe.
Ao que se acrescenta – acentua ele - que também a mídia tradicional, em busca de público, pega carona na esteira das redes sociais e também difunde notícias falsas.
Tudo isso é verdade. Mas não é novidade.
Antes desse salto qualitativo em matéria de tecnologia a serviço da conecção entre as pessoas - as chamadas redes sociais -, os meios de comunicação tradicionais já cumprem papel semelhante na distorção das informações.
No Brasil, onde é permitido a um mesmo grupo econômico o controle da mídia impressa, TV, rádio e internet, não passa de ingênua ilusão supor que o cidadão tem acesso às informações efetivamente relevantes e confiáveis.
O acesso é parcial e dirigido. Apenas nove famílias, à testa de conglomerados de comunicação, determinam o que o brasileiro pode saber, ouvir, ver e ler.
Grupos regionais se conectam às redes nacionais e se submetem ao mesmo diapasão.
Além disso, a informação restrita aos interesses representados pelos conglomerados de multimídia, nos chega com a marca e o rótulo de uma espécie de pensamento único dominante.
Aqui e acolá uma notícia diferenciada ou a presença de articulistas de opinião própria dão um falso tom da pluralidade. Mas tão somente isso: um falso tom.
De tal modo que os conceitos do professor norte-americano são válidos, sim; mas extensivos a todas as mídias.
E no que se refere às redes sociais especificamente, bem sabemos que através de sofisticado uso de algoritmos os provedores dessas redes terminam por confinar cada um de nós aos nossos próprios grupos de afinidade.
Esse amigo de vocês utiliza regularmente as redes - Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp - pela possibilidade de alcançar, em frações de segundos, alguns milhares de pessoas. Mas com a consciência de que a liberdade para tanto é relativa e, em certa medida, o faço circunscrito à redoma a que eu, como você que me lê agora, estamos confinados.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
No Estadão, leio conceitos emitidos pelo professor Pail Mihailidis, da Emerson College e diretor da Salzburgo Cademy on Media & Global Change, de Boston, EUA, acerca do cerceamento da boa informação nas redes sociais.
“As redes sociais têm que responder pela polarização que causam”, diz ele. Isto porque as ferramentas de uso na internet geram uma situação que leva as pessoas a viverem em pequenas "bolhas" de informação, nas quais não há espaço para opiniões contrárias.
O que se agrava pela profusão de informações falsas, que circulam sem resistência do público que as recebe.
Ao que se acrescenta – acentua ele - que também a mídia tradicional, em busca de público, pega carona na esteira das redes sociais e também difunde notícias falsas.
Tudo isso é verdade. Mas não é novidade.
Antes desse salto qualitativo em matéria de tecnologia a serviço da conecção entre as pessoas - as chamadas redes sociais -, os meios de comunicação tradicionais já cumprem papel semelhante na distorção das informações.
No Brasil, onde é permitido a um mesmo grupo econômico o controle da mídia impressa, TV, rádio e internet, não passa de ingênua ilusão supor que o cidadão tem acesso às informações efetivamente relevantes e confiáveis.
O acesso é parcial e dirigido. Apenas nove famílias, à testa de conglomerados de comunicação, determinam o que o brasileiro pode saber, ouvir, ver e ler.
Grupos regionais se conectam às redes nacionais e se submetem ao mesmo diapasão.
Além disso, a informação restrita aos interesses representados pelos conglomerados de multimídia, nos chega com a marca e o rótulo de uma espécie de pensamento único dominante.
Aqui e acolá uma notícia diferenciada ou a presença de articulistas de opinião própria dão um falso tom da pluralidade. Mas tão somente isso: um falso tom.
De tal modo que os conceitos do professor norte-americano são válidos, sim; mas extensivos a todas as mídias.
E no que se refere às redes sociais especificamente, bem sabemos que através de sofisticado uso de algoritmos os provedores dessas redes terminam por confinar cada um de nós aos nossos próprios grupos de afinidade.
Esse amigo de vocês utiliza regularmente as redes - Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp - pela possibilidade de alcançar, em frações de segundos, alguns milhares de pessoas. Mas com a consciência de que a liberdade para tanto é relativa e, em certa medida, o faço circunscrito à redoma a que eu, como você que me lê agora, estamos confinados.
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Bom sinal
PSB fecha questão
contras as reformas trabalhista e previdenciária propostas por Temer. Contra apenas cinco votos contrários.
Arcebispo pela greve geral
Tem
conteúdo, consistência e emoção a palavra de Dom Saburido, arcebispo de Olinda
e Recife, em vídeo, convocando para greve geral do dia 28. Confira.
O prazer da fotografia
Cena urbana: Morro Dois Irmãos
visto do Arpoador em fim de tarde, Rio (Foto: LS) #cenaurbana #riodejaneiro #fotografia
Protesto
Outro dia, no ônibus de Casa Caiada, Olinda, com destino ao
Recife, uma vendedora de “cremosinho” fez demorado discurso aos passageiros
protestando contra a reforma da Previdência.
Expressão de uma consciência crítica que se amplia
rapidamente no seio do povo.
24 abril 2017
Ciência & ambiente
Entre
a lenda e a ciência: as 25 espécies mais buscadas pelos cientistas
A lista inclui animais e uma planta que não são vistos há mais de 1.500 anos
Joana Oliveira, El País
O último exemplar vivo da tartaruga gigante da ilha
Fernandina, em Galápagos, foi visto pela última vez há 111 anos
É
difícil imaginar que seja possível perder uma tartaruga gigante, mas é
exatamente o que aconteceu com a espécie da ilha Fernandina, a menos explorada
e a mais jovem das Ilhas Galápagos.
O único exemplar já encontrado foi um macho, descoberto em 1906 por
pesquisadores da Academia de Ciências da Califórnia, que o mataram para
estudá-lo como modelo. A pista seguinte apareceu em 1964, quando um grupo de
cientistas encontrou excrementos do animal. Uma expedição aérea em 2009
detectou algo parecido com uma tartaruga gigante, mas para todos os efeitos práticos
o rastro desse réptil se perdeu há 111 anos.
Agora, a busca
para encontrar esta e outras 24 espécies desaparecidas se renova graças a uma
iniciativa da organização Global Wildlife Conservation (GWC), que lançou uma
campanha global para encontrar o que consideram os 25 animais (e
uma planta) mais procurados do planeta. Nenhum está oficialmente extinto, mas, coletivamente, as
espécies não foram vistas em mais de 1.500 anos. “A tartaruga gigante, por
exemplo, está na mais vulcânica das Ilhas Galápagos. Todo o território é um
cone vulcânico massivo, coberto de matagais quase impenetráveis. Alguém poderia
caminhar muito perto de uma tartaruga de mais de um metro do outro lado de um
arbusto e sequer perceber que estava ali”, comenta Robin Moore, biólogo e líder
do projeto.
A
lista, elaborada por centenas de cientistas da União Internacional para a
Conservação da Natureza, inclui um morcego, uma abelha, um periquito, um
cavalo-marinho e um tipo de coral. Os especialistas tiveram de nomear espécies
que não tinham sido detectadas em mais de 10 anos —aquelas já declaradas extintas, como o tigre da Tasmânia,
não foram consideradas— e, a partir de uma lista inicial de
1.200 espécies, a organização reduziu a busca ao que considera 25
espécies “peculiares e carismáticas” que, se ainda existem, são encontradas em
18 países em todo o mundo.
As
expedições começarão no fim do verão europeu (fim do nosso inverno), depois de
uma campanha para arrecadar 500.000 dólares (cerca de 1,6 milhão de reais).
Moore explica que cada investigação será diferente. Os cientistas podem dar
início a uma busca de duas semanas nas pradarias e pântanos do norte de Myanmar (antiga Birmânia) para procurar o pato
de cabeça rosada, que está desaparecido há 68 anos. Para procurar a equidna de
Attenborough, o mais provável é que os cientistas utilizem armadilhas de
câmeras que serão monitoradas pelos moradores. A busca da salamandra escaladora
de Jackson vai exigir uma expedição aos bosques nevoentos da Guatemala para
revirar troncos durante o dia e percorrer a selva com lanternas à noite. “Falar
com os moradores será chave na maioria das buscas, como no caso da rã conhecida
como sapinho arlequim, na selva da Venezuela”,
comenta o biólogo.
Moore
tem certeza de que a campanha funcionará e tem evidências em primeira mão para
acreditar: liderou em 2010 uma busca por sapos
possivelmente extintos, que envolveu 33 equipes de especialistas em
espécies desaparecidas em 21 países, e que resultou não só na redescoberta de
três dos 10 anfíbios mais procurados, mas também conseguiu encontrar outras 15
espécies.
Há,
além disso, indícios que sustentam a hipótese de que as 25 espécies procuradas
atualmente podem estar escondidas em algum canto do planeta. Em 2007, um grupo
de cientistas encontrou rastros de tocas que, por sua forma, poderiam ser da equidna
de Attenborough, apesar de não haver evidência física ou de DNA.
Entre 2000 e 2001, caçadores encontraram sinais que indicam que uma espécie de
macaco antes considerado extinto, o colombo vermelho ocidental, sobreviveu. Na Guatemala,
duas espécies de salamandra foram redescobertas depois de mais de três décadas
sem deixar rastro —“O que nos leva a crer que a salamandra escaladora também
pode nos surpreender”, diz Moore. E na Venezuela, os nativos relataram ter
visto rãs que coincidem com a descrição do sapinho arlequim. “Todos esses
fragmentos de evidências são tentadores. É uma centelha de esperança para a
redescoberta dessas espécies”, afirma o biólogo.
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Sintonia
A conhecida loja de roupas Dimpus, na Visconde de Pirajá,
Ipanema, zona sul do Rio, procura atrair clientes em sintonia com o sentimento
da maioria. Num cartaz anuncia: quem gritar Fora Temer ganha 20% de desconto. #ForaTemer #cenaurbana
Por um amplo pacto
Tempus fugit
Eduardo Bomfim, no portal
Vermelho
A prolongada crise nacional vai atingindo múltiplos aspectos da sociedade brasileira e nada indica que nesse rumo, ou na absoluta falta dele, as coisas vão chegar a um bom termo.
No plano econômico, mesmo com o denodado esforço da grande mídia hegemônica, a contínua queda dos indicadores econômicos aponta no sentido do agravamento da recessão, aumento galopante do desemprego, além do processo estrutural da desindustrialização do País.
No aspecto institucional, o que se observa é a afirmação de uma espécie de novo tipo de fascismo adequado às características e exigências do Mercado financeiro, e das oportunidades que usufruem as grandes empresas estrangeiras com o desmonte do parque produtivo nacional, estatal e privado.
No campo social são evidentes as ameaças, e concretizações destas, às Históricas conquistas trabalhistas adquiridas desde a revolução de 1930. De outro lado, tramitam no Congresso Nacional projetos que ameaçam a soberania e integridade nacional, como a venda criminosa de terras a grandes grupos estrangeiros, incluindo a Amazônia brasileira.
A nação já não vive um clima de legalidade democrática, encontra-se sob um verdadeiro Estado de Exceção, onde o poder executivo, a presidência da República, vítima de golpe de mão, não representa qualquer segmento da sociedade nacional, salvo os interesses do capital rentista, da mídia golpista e de aventureiros de ocasião cujos anseios estão a anos luz da grandeza que a nação exige.
O Congresso Nacional, salvo louváveis exceções já conhecidas, vai à deriva, abatido por si próprio tanto como pelos ataques cirúrgicos da grande mídia hegemônica, uma das protagonistas do golpe de Estado.
O açoitamento da política, caminho da participação social nos rumos do País, tem sido uma constante por essa mesma grande mídia hegemônica, que é recorrente na prática de arranjos autoritários para o País, como nos tempos atuais.
Por isso, tempus fugit: o tempo voa para que os democratas, patriotas e progressistas constituam um amplo pacto político, com intensa participação de variadas camadas sociais, que enseje a reconstrução nacional, a integridade do País, assegure os direitos trabalhistas dos cidadãos, aponte um novo rumo para a economia e o desenvolvimento, antes que alguma figura delirante empalme os destinos do Brasil.
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Menos direitos
A reforma trabalhista proposta pelo governo Temer permitirá
que o patrão possa reduzir os salários dos trabalhadores ainda que ele continue
a exercer a mesma função na empresa, e nem mesmo a Justiça poderá interferir no
assunto. A irredutibilidade dos salários é uma garantia da CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho). Leia
mais http://migre.me/wuU7x
Pela ciência
Uma inédita manifestação mobilizou milhares de pessoas em
mais de 500 cidades de diferentes países no último sábado (22). Cientistas,
professores, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, além de
parlamentares e lideranças sociais ocuparam as ruas em cerca de 70 países para
participar da Marcha pela Ciência. No Brasil, pelo menos vinte cidades participaram da
marcha. Leia mais http://migre.me/wuTX3
23 abril 2017
Desastre
Em três anos, empresas investigadas pela Lava Jato já demitiram mais de 600 mil trabalhadores. É no que dá a não separação do joio e o trigo e colocar na mesma vala a punição de executivos corruptos e a inviabilização das empresas. Campo aberto para empresas estrangeiras ocuparem o lugar das nacionais e para a liquidação da engenharia brasileira.
Para onde?
Oito dos onze candidatos à presidência da França, hoje, defendem a saída da União Europeia. Subproduto da crise global e da transição a uma nova ordem multipolar.
22 abril 2017
Inquisição
Numa escola sem partido, quais autores seriam permitidos, comunistas arrependidos ou reacionários assumidos?, pergunta Marcelo Rubens Paiva em sua coluna no Estadão. "Se o projeto escola sem partido for adiante, nossos melhores historiadores e escritores serão chamas da grande fogueira da intolerância, livros queimando em pátios, numa inquisição ideológica de que ninguém tem saudades", afirma.
Tem razão.
Tem razão.
Ônus
Lula afirma — com toda razão — que os que o acusam têm o dever de provar a sua culpa; e não ele provar sua inocência.
Delação
Advogados de Lula afirmam que o empresário Leo Pinheiro, da OAS, está mentindo sobre o ex-presidente para ter a sua delação premiada aprovado. Pode ser. Faz sentido
Golpe
Enquanto a grande mídia monopolizada se deixa com sofreguidão à sanha de atacar Lula a todo custo, a revista CartaCapital publica extensa reportagem, na dação desta semana, dando conta das confissões de Temer que confirmam o espírito de vingança que moveu Eduardo Cunha ao deflagrar o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Rolou uma negociata de 40 milhões de dólares com Temer e Cunha no escritório do atual presidente. Confira: cartacapital.com.br
21 abril 2017
Carga pesada
Na capa do jornal O Globo hoje, verdadeiro bombardeio contra Lula — das principais manchetes às chamadas das colunas. Enquanto isso, Aécio, Serra, Alckmin, Temer, Fernando Henrique Cardoso et caterva continuam tratados amigavelmente. Não se trata de combate à corrupção; é o jogo duro para evitar Lula em 2018.
20 abril 2017
Preferência
Pergunto a Alice, 3 anos:
- Do que é que você gosta mais aqui na praia?
- Bolo de rolo e piscina!
Tarefa indispensável
Nada substitui o
trabalho político na base
Luciano Siqueira,
no portal Vermelho e no Blog do Renato
Resultados
de pesquisa recente realizada pela Fundação Perseu Abramo com foco em
populações periféricas de São Paulo causam estranheza e inquietude.
Mas não
deviam surpreender, pois apenas revelam conhecido dado da realidade: a
discrepância entre o discurso político dos segmentos mais avançados da
sociedade e o nível de percepção da maioria da população.
Essa discrepância
é maior ou menor, dependendo em boa parte das circunstâncias políticas; e é mediada
por vários fatores – entre os quais a natureza e a qualidade dos vínculos de
partidos e agrupamentos políticos com a base da sociedade.
Pesa, sobretudo,
a qualidade do diálogo entre militantes e ativistas e o cidadão comum.
Quando
do último pleito presidencial, uma expressão esteve presente no discurso de todos
os candidatos: "Você chegou até aqui por esforço próprio".
Isto
porque as pesquisas de então já revelavam que os quase 40 milhões de brasileiros
que haviam ascendido socialmente em doze anos de Lula e Dilma não percebiam sua
melhoria de vida como fruto de políticas públicas adotadas pelo governo. Atribuíam
o êxito ao próprio esforço.
É que o
processo de formação de uma consciência social avançada é algo complexo, nem é
instantâneo nem se dá em linha reta.
Espontaneamente
o indivíduo tende a ver quase que somente a realidade local e pessoal. Não faz
a relação de suas vivências individuais ou coletivas com a realidade do país e
com a necessidade de se mudar a natureza do poder político como condição indispensável
a transformações sociais e políticas que permitam solucionar os problemas
fundamentais do povo e destravar o desenvolvimento nacional.
Por
mais eficiente que seja a propaganda dos feitos e benefícios atribuídos a determinado
governo, jamais dispensará um trabalho cotidiano que proporcione ao cidadão seu
aprendizado político.
É o que
é Lenin em sua obra clássica "Que fazer?" chamou de introdução do
elemento consciente no movimento espontâneo.
A realidade
atual é bem diversa daquela em que o grande líder russo atuou, final do século
XIX e início do século XX.
Hoje o
trabalho político militante envolve um conjunto de variáveis, da sofisticação
dos meios de comunicação à multiplicidade de estímulos com os quais o indivíduo
convive no seu dia a dia.
Mas o
desafio é o mesmo. E não foi enfrentado devidamente pelas forças governantes no
ciclo transformador recém-interrompido.
O
limitado descortino estratégico da força política hegemônica e a presença
saliente, na coalizão governista, de segmentos conservadores pesaram nesse sentido.
Neste instante da vida do país em que está instaurada a
crise e a instabilidade em todas as esferas da sociedade, sob correlação de
forças favorável ao agrupamento que deu o golpe e promove o retrocesso
neoliberal, a luta no terreno das ideias e a atividade militante, pedagogicamente
eficiente, têm enorme relevância.
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